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Projeto de Extensão do IPTSP/UFG busca contribuir no controle de casos de toxoplasmose gestacional

Em 04/04/25 15:30. Atualizada em 07/04/25 22:11.

Denominado Diagnóstico Laboratorial da Toxoplasmose Gestacional e Congênita, o projeto promove a educação em saúde como aliada à prevenção secundária por T. gondii

Texto: Maria Eduarda Silva

O Projeto Diagnóstico Laboratorial da Toxoplasmose Gestacional e Congênita tem como principal objetivo o estudo epidemiológico e laboratorial de gestantes e recém-nascidos com suspeita de toxoplasmose gestacional e congênita. Coordenado pela professora Ana Maria de Castro, do Departamento de Biociências e Tecnologia (DEBIOTEC) – Parasitologia, do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP/UFG), o projeto conta com a colaboração da biomédica Jéssica Yonara de Souza, doutora em Medicina Tropical pela UFG, e de alunos de graduação e pós-graduação IPTSP/UFG. 

Diante da alta prevalência da toxoplasmose no Brasil – segundo o Instituto Adolfo Lutz, uma a cada três pessoas no país é infectada pelo Toxoplasma gondii –, o projeto busca não apenas aprimorar o diagnóstico laboratorial, mas também promover a prevenção da transmissão transplacentária por meio da educação em saúde.

Para alcançar esse objetivo, é necessário um acompanhamento laboratorial durante todo o processo da gestação, visto que é através do diagnóstico precoce que um tratamento específico pode ser realizado, para prevenir a transmissão do parasito para o feto. A partir de ações terciárias, é possível realizar um diagnóstico precoce dos recém - nascidos infectados, minimizando ou prevenindo sequelas. 

Os pacientes são encaminhados tanto pelo serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital das Clínicas da UFG - Ebserh, assim como de qualquer serviço do Sistema de Saúde Único, para o Laboratório de Estudo da Relação Parasito Hospedeiro (LAERPH), do IPTSP.

Em relação às expectativas dos impactos esperados na detecção e tratamento da doença, a professora Ana Maria de Castro relata: “Espera-se com este projeto oferecer um diagnóstico de qualidade aos pacientes do SUS, na confirmação da toxoplasmose gestacional e congênita, com a Educação em saúde, corroborando assim para o controle  e profilaxia deste importante e grave problema de saúde pública em nosso estado”. 

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Docentes e pesquisadores integrantes do Laboratório de Estudo da Relação Parasito Hospedeiro (LAERPH) do IPTSP (Foto: Arquivo pessoal)


A professora ainda destaca e agradece a importância da verba parlamentar enviada pelo deputado estadual de Goiânia, Paulo Cezar Martins, de 30 mil reais. Apesar de não ser suficiente para cobrir todas as etapas do estudo, é importante para a compra de insumos para as rotinas laboratoriais, ressaltando a colaboração do representante à saúde pública de nosso estado. 

O projeto também irá concorrer a editais pertinentes à área, como o Programa Pesquisa para o SUS (PPSUS), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), como projeto de extensão. 

Aspectos importantes da doença 

A toxoplasmose é uma doença infecciosa causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, cuja transmissão ocorre, principalmente, por meio da ingestão de água ou alimentos contaminados e mal cozidos. Embora muitas pessoas não desenvolvam sintomas na fase inicial da infecção, a doença pode evoluir e causar complicações em determinados contextos.

Um desses casos é a toxoplasmose congênita, que ocorre quando o parasita é transmitido da mãe para o feto durante a gestação, via placenta. A infecção pode levar a desfechos graves, como aborto, parto prematuro e comprometimento da saúde e do desenvolvimento da criança. Embora alguns recém-nascidos não apresentem sintomas ao nascer, sinais clínicos ou sequelas podem surgir com o tempo, incluindo alterações visuais, neurológicas, cognitivas, comportamentais e motoras.

A biomédica Jéssica Yonara de Souza faz um alerta importante sobre a doença: "Pessoas com o sistema imunológico saudável geralmente não apresentam sintomas da toxoplasmose ou podem manifestar apenas sinais leves, semelhantes aos de uma gripe comum — como febre, cansaço, dores no corpo, dor de cabeça e leve inchaço dos gânglios (linfonodos). Já indivíduos com a imunidade comprometida, como pacientes com HIV/AIDS, em tratamento oncológico ou transplantados, podem desenvolver quadros mais graves, com sintomas como febre persistente, dor de cabeça intensa, confusão mental, falta de coordenação motora e até convulsões, portanto é importante ficar atento", explica a pesquisadora.

*Maria Eduarda Silva é bolsista de jornalismo no projeto IPTSP Comunica e é supervisionada pela jornalista Marina Sousa.

Fonte: Comissão de Comunicação do IPTSP

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