Grupo de Estudos em Fisioterapia Traumato-Ortopédica e Esportiva cresce na UFG e leva alunos a congressos nacionais

Texto: Ana Júlia Mendes

 

O Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás (IPTSP-UFG) abriga desde 2024 o Grupo de Estudos em Fisioterapia Traumato-Ortopédica e Esportiva (GFOrTE), coordenado pela professora Gabriela Vasconcelos, do Departamento de Saúde Funcional (DSF). A iniciativa busca integrar ensino, pesquisa e extensão no contexto do curso de Fisioterapia, criado em 2022, e que se encontra em processo de consolidação acadêmica.

Desde abril de 2024, um grupo de alunos da UFG se reúne com a professora Gabriela Souza de Vasconcelos para estudar, pesquisar e se desenvolver na área da Fisioterapia Traumato-Ortopédica e Esportiva. O GFOrTE nasceu com o objetivo de fortalecer a formação dos estudantes e criar uma identidade acadêmica e científica em uma área ainda pouco estruturada na região Centro-Oeste.

 O QUE É O GFOrTE

Composto por cerca de 20 integrantes, entre alunos de graduação, um do mestrado e fisioterapeutas voluntários, o grupo tem dividido suas atividades em reuniões técnicas e científicas. Nas primeiras, os estudantes aprendem sobre métodos de coleta, revisão de literatura, ética em pesquisa e aspectos metodológicos. Já nas reuniões científicas, são discutidos artigos acadêmicos selecionados pela professora, promovendo o desenvolvimento da criticidade e da capacidade analítica dos participantes.

 

 

Para além das reuniões, o grupo já se envolve em iniciativas práticas e estudos aplicados. Parte das pesquisas nasce das próprias experiências dos estudantes, sempre incentivados a propor e liderar seus projetos com o apoio próximo da professora.

Projetos Desenvolvidos

• Futebol: parceria com o Goiás Esporte Clube, monitoramento de lesões nas categorias de base;
• Luxação Patelar: projeto baseado na vivência de uma aluna, atualmente em coleta de dados;
• Corrida e Balé: em andamento, com envolvimentos de TCCs e projeto de mestrado;
• Avaliações também já foram feitas em modalidades como vôlei e atletismo.

Futuras participações em Congressos

O grupo também conquistou espaço em congressos importantíssimos para as suas áreas de pesquisa e formação, contando com uma agenda cheia de atividades para este 2025.

• CBB - Congresso Brasileiro de Biomecânica da Sociedade Brasileira de Biomecânica (SBB) de 30/04 à 03/05/2025;
• CobraFito - Congresso Brasileiro e Internacional da Associação Brasileira de Fisioterapia Traumato-Ortopédica (ABRAFITO) de 20 à 23/08/2025;
• Confiss - Congresso Nacional de Fisioterapia e Saúde da Universidade Federal de Jataí (UFJ) de 03 à 06/09/2025;
• XII Congresso Brasileiro e X Congresso Internacional de Fisioterapia Esportiva da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva (Sonafe) de 15 à 18/10/2025.

 

 

Perspectivas

A professora Gabriela Vasconcelos chegou à UFG já com uma sólida trajetória na pesquisa científica, acumulando experiências com grupos de estudo desde a graduação até o doutorado. Com esse histórico, decidiu iniciar, em abril de 2024, encontros mensais com alunos que demonstraram interesse nas duas áreas de fisioterapia (Traumato-Ortopédica e Esportiva). O objetivo inicial era simples, mas fundamental: oferecer aos estudantes uma base sólida sobre os fundamentos da pesquisa acadêmica e orientá-los na leitura e interpretação de artigos científicos. 

As reuniões, marcadas por um ambiente de diálogo e troca, rapidamente se tornaram um espaço de formação crítica, como destaca a professora, “Se eu pegar a primeira reunião do dia 17 de abril para hoje, o nível com que eles discutem os materiais científicos é muito diferente. É muito diferente a criticidade, a lógica de raciocínio que eles vêm desenvolvendo”.

Dentre os vários marcos do grupo, destaca-se a regularidade dos encontros quinzenais e o engajamento constante dos estudantes, que demonstram cada vez mais autonomia no desenvolvimento dos projetos. O GFOrTE, agora oficialmente reconhecido pela UFG, caminha para ser registrado no diretório de grupos de pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

A manutenção constante dos encontros se destaca como o marco mais relevante pois se dá diante de um cenário desafiador: a professora Gabriela iniciou recentemente a sua trajetória docente na UFG, acolhendo alunos majoritariamente no início de sua jornada acadêmica e pouco familiarizados com pesquisa científica. Essa dinâmica ocorre sem o apoio de outros docentes, sobrecarregando a professora na orientação individualizada, aulas e coordenação de outras atividades, além de enfrentar recursos financeiros limitados e a ausência de um espaço físico dedicado.

Quando Gabriela Vasconcelos iniciou a docência no curso de Fisioterapia, em março de 2023, logo foi procurada pelos alunos para formar uma liga acadêmica na área de fisioterapia esportiva: a Liga Acadêmica de Fisioterapia Multiesportiva (LAFIME). Atualmente, a liga serve como porta de entrada para o GFOrTE, aprofundando o conhecimento nessa área. Anteriormente, a liga fez parte da criação do grupo, quando seus integrantes tiveram o interesse inicial em se aprofundar.

A perspectiva dos estudantes que integram o grupo de pesquisa também ilustra o impacto positivo da iniciativa. Para eles, o grupo representa uma oportunidade valiosa de crescimento acadêmico e profissional. Joyce Cardoso de Araújo, uma das participantes ativas, compartilha essa visão, enfatizando que a experiência no GFOrTE tem proporcionado um amadurecimento significativo: “Como participante do GFOrTE, é imensurável a curva de amadurecimento ao longo das reuniões desde a formação do grupo, o olhar crítico para as evidências, o raciocínio clínico sendo desenvolvido e a maturidade e responsabilidade para conduzir a nossa pesquisa”. 

O futuro do GFOrTE

O crescimento do GFOrTE reflete o compromisso conjunto entre professora e alunos, que têm construído o grupo passo a passo, com empenho e responsabilidade. A evolução dos estudantes, da docente e do próprio curso de Fisioterapia é visível e contínua.

Guiados pela missão de fortalecer as áreas traumato-ortopédica e esportiva da fisioterapia, os integrantes do grupo avançam com ética, respeito às normas científicas e compromisso com a formação cidadã: “Esses são apenas alguns dos frutos que esse grupo me proporcionou, além claro de estar entre colegas que construíram um senso de parceria e incentivo para o crescimento uns dos outros. Não há limites para o potencial do grupo e todos os passos serão dados partindo do nosso valor inegociável para com a ciência e o futuro da fisioterapia, a ética e a responsabilidade”. Completa a estudante Joyce Araújo.

O desejo é crescer sem prejuízos éticos ou científicos, sem atalhos ou fraudes, com a expectativa de ampliar sua atuação para os cenários nacional e internacional nos próximos anos. A formação de profissionais mais qualificados e a produção de publicações científicas de relevância devem gerar um impacto indireto tanto na comunidade acadêmica quanto na sociedade, por meio de atendimentos mais embasados e práticas clínicas aprimoradas.

 

 

*Ana Júlia Mendes é estagiária de jornalismo no projeto IPTSP Comunica e é supervisionada pela jornalista Marina Sousa.