Oficina “Parasitologia Tátil” discute inclusão e acessibilidade e promove atividade prática que estimula criatividade
O público confeccionou modelos táteis de parasitos utilizando massinhas e moldes impressos em papel
Na última semana de novembro (26), o Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP) recebeu a oficina “Parasitologia Tátil”, ministrada pela professora Danuza Pinheiro Bastos Garcia de Mattos, professora da Universidade da Federal Fluminense (UFF) e colaboradora do Programa de Pós - Graduação em Microbiologia e Parasitologia (PPGMPA).
A professora é coordenadora do projeto na UFF e conta que a ideia do projeto surgiu com a recepção de seu primeiro aluno com deficiência visual em sala, em 2019. Por não estar preparada para recebê-lo e não ter sido avisada anteriormente, Danuza conta que, em primeiro momento, buscou conversar com o aluno e ouvir dele quais eram suas necessidades.
“Isso foi a primeira coisa que eu aprendi, e isso é a chave para tudo. Você está com um aluno com deficiência, é com ele que você tem que tratar, perguntar o que é adequado para ele. Conversa com ele, pergunta para ele, constroi com ele. Então, foi isso que aconteceu. A gente construiu junto ali materiais que foram adequados para ele”, explica.
Mesmo após a adaptação do aluno, Danuza conta que precisava estar preparada para a recepção de outros alunos com baixa visão, deficiência visual ou que não seriam beneficiados com o uso do microscópio e outros equipamentos de laboratório. A partir disso, a professora iniciou um projeto Pibic, para a construção de um kit de acessibilidade, com modelos tridimensionais, feitos com biscuit e esquemas em relevos. O projeto recebeu fomento e vários alunos ingressaram no projeto como voluntários, produzindo várias peças tridimensionais em pouco tempo. Para otimizar o processo de aprendizagem com os alunos, foram produzidas peças com cores diferentes e maior contraste, utilizando materiais como papel opaline, EVA e tinta 3D.
Durante esse processo, surgiram as oficinas, espaço de criação e também de troca de saberes e debates sobre educação inclusiva, processos de produção de recursos didáticos e cultura colaborativa.
Foi com essa finalidade que a professora Viviane Zeringóta, do IPTSP/UFG, estabeleceu o diálogo com a professora Danuza e trouxe a oficina para o Instituto. A atividade consolidou o debate sobre a promoção da inclusão, acessibilidade e inovação no ensino das ciências biológicas.
Após a apresentação do projeto, discentes e docentes presentes colocaram a mão na massa e confeccionaram seus parasitos táteis, utilizando massinha e moldes em folhas A4.
Confira os produtos da oficina abaixo:




*Maria Eduarda Silva é bolsista de jornalismo no projeto IPTSP Comunica e é supervisionada pela jornalista Marina Sousa.
Fonte: Comissão de Comunicação do IPTSP