Roda de conversa sobre câncer de mama promove conscientização e debate importante a respeito do tema
O evento fez parte da campanha de conscientização mundial Outubro Rosa, e contou com a presença do mastologista Dr. Marcus Nascimento Borges
Texto e fotos: Maria Eduarda Silva
No dia 17 de outubro, a Sala Multimídia do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP/UFG) recebeu o mastologista Marcus Nascimento Borges, do Centro Avançado de Diagnóstico da Mama (CORA), do Hospital das Clínicas da UFG/EBSERH, para uma roda de conversa sobre o câncer de mama. A iniciativa faz parte do projeto IPTSP Motiva & Integra, coordenado pela servidora Kariny Vieira Soares, que busca incentivar a troca de experiências e a promoção da saúde no ambiente acadêmico.
O evento contou com a presença de servidores e docentes do IPTSP e foi iniciado com um café da manhã comunitário. Em seguida, o doutor Marcus Nascimento Borges, também membro titular da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) e da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), iniciou a roda trazendo um contexto geral sobre a campanha de conscientização Outubro Rosa.
O símbolo do movimento foi lançado durante a primeira Corrida pela Cura, realizada em 1990, em Nova York, em que os corredores receberam o laço rosa para usarem durante a corrida. O câncer, mundialmente, é uma doença com diagnósticos crescentes, devido a, principalmente, duas causas: longevidade (as pessoas estão vivendo mais) e fatores ambientais, impulsionados pelo aumento do desenvolvimento industrial.
Nesse sentido, o câncer se desenvolve a partir de erros genéticos durante a divisão do DNA, gerando a proliferação de células com potencial maligno. Logo, a doença normalmente acomete pessoas idosas, por viverem por muito tempo e terem, estatisticamente, maiores chances de desenvolverem células com erros genéticos.
O médico esclareceu alguns fatores que muitas vezes são tidos como determinantes para a ocorrência do câncer de mama, como a mutação genética hereditária. No caso do câncer de mama, apenas entre 5 a 8% dos casos são recorrentes devido à mutação genética, isto é, mais de 90% dos casos não possuem relação hereditária com a doença.
“Como explicamos isso? O câncer de mama é um câncer muito comum, é o mais comum em mulheres. Em 2020, ele ultrapassou o câncer de pulmão. Atualmente, o câncer de pulmão já o ultrapassou novamente, mas, mesmo acontecendo 99% das vezes em mulheres, ele tem uma incidência quase igual ao câncer de pulmão, que acomete os dois sexos. É muito grave”, explica.
A influência da reposição hormonal após a menopausa também foi um ponto discutido. O hormônio feminino, o estrogênio, faz as células se multiplicarem e, quanto mais as células se multiplicam, maior a chance de erros genéticos durante sua divisão. Sendo assim, quanto maior o tempo de uso hormonal, maiores os riscos do câncer de mama.
Outros fatores, como a idade da primeira menstruação, a menarca, que está se tornando cada vez mais precoce, a quantidade de filhos e idade do primeiro parto podem estar relacionados à ocorrência do câncer de mama. Isto é, todas situações que geram estímulo hormonal para a mama, principalmente o estímulo cíclico da menstruação, influenciam o estímulo da mama.
Após uma breve apresentação dos fatores de risco para o câncer de mama, a roda de conversa passou a contar com a participação do público, que esclareceu dúvidas e fomentou o debate em relação à incidência da doença.
Entre outros pontos, foram comentados a mudança das diretrizes do Ministério da Saúde, que desde setembro de 2025, passou a recomendar a realização da mamografia para mulheres a partir dos 40 anos, devido ao aumento de casos de câncer de mama em mulheres mais jovens, e a importância do diagnóstico precoce, possibilitado através de exames de prevenção e de autoexames periódicos.
A roda de conversa também envolveu discussões a respeito do papel social da medicina e do compromisso com o rigor científico, que, em tempos de redes sociais e desinformações, acaba se fragilizando. A conversa se encerrou com o agradecimento da vice - diretora do IPTSP, Megmar Aparecida dos Santos Carneiro, que ressaltou a importância do evento e agradeceu pela presença do doutor Marcus Nascimento Borges. 
O evento foi um espaço para diálogo, debate científico e conscientização sobre o câncer de mama, mas também uma troca de experiências, conhecimentos e esclarecimento de dúvidas.
*Maria Eduarda Silva é bolsista de jornalismo no projeto IPTSP Comunica e é supervisionada pela jornalista Marina Sousa.
Fonte: Comissão de Comunicação IPTSP
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