
Pesquisadoras do LPI do IPTSP são destaque na Society for Invertebrate Pathology (SIP)
Salorrane Miranda foi eleita membra da SIP como representante estudantil e Juliana Marques ganhou dois prêmios por seus trabalhos acadêmicos
Texto: Victor Hugo Gomes
A equipe do Laboratório de Patologia de Invertebrados (LPI) foi destaque no Congresso da Society for Invertebrate Pathology (SIP). A edição de 2025, em Puerto Vara (Chile), teve quatro membros do LPI presentes. O professor do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP/UFG) Éverton Kamp Fernandes palestrou sobre o uso da diversidade de propágulos fúngicos no controle de carrapatos. Já o pesquisador Mike Colmenares falou sobre a análise de metabólitos secundários do fungo Metarhizium anisopliae com potencial para uso como pesticida (acaricidas).
A pesquisadora Juliana Marques foi premiada em primeiro lugar pela sua apresentação oral da categoria Controle Microbiológico. A cientista apresentou o estudo in silico da proteína Pr1 de Metarhizium anisopliae contra a cutícula larval de Tenebrio molitor. Juliana destaca que a pesquisa é fruto da tese de doutorado , em que investigou possíveis mecanismos da ação de uma enzima fúngica produzida durante o processo de infecção em larvas de Tenebrio molitor, (popularmente chamado de larva-da-farinha), um inseto-modelo. “Tanto o enfoque nas enzimas produzidas por esses fungos como o uso dessas ferramentas computacionais na área de controle biológico de praga é algo inovador na área. Isso contribui tanto com pesquisas de base quanto com o desenvolvimento de novos produtos, bioinsumos, para o controle de pragas, seja de importância para saúde humana, animal ou de interesse agrícola”, explica.
A cientista também conquistou o Division Travel Award. O prêmio internacional da SIP avalia não só a qualidade do trabalho apresentado, como também a trajetória e a relevância da carreira científica. Juliana Marques Ferreira é bacharel em biotecnologia pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e atua desde 2017 no LPI. Pelo Programa de Pós-Graduação em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (PPGBRPH), conquistou o mestrado e fez o doutorado-sanduíche na Coreia do Sul pela Jeonbuk National University. A discente de pós-doutorado celebrou o reconhecimento. “Para mim, foi uma imensa alegria e honra receber esses prêmios, pois a SIP é composta por pesquisadores referência na área e esses prêmios revelam a alta qualidade e inovação das pesquisas no grupo de pesquisa”, diz a integrante do LPI.

A pesquisadora Salorrane Miranda também compôs a equipe do LPI no congresso. Seu estudo aborda sobre o papel da enzima Lisozima na sobrevivência de Rhipicephalus sanguineus (carrapato), geralmente encontrado em cães, frente a fungos entomopatogênicos: “Tive a oportunidade de apresentar a modulação das lisozimas em carrapatos após a infecção por fungos entomopatogênicos. Evidenciando que essas lisozimas fazem parte do sistema de defesa do carrapato, na tentativa de evitar a infecção fúngica. Meu projeto de doutorado busca compreender como o sistema imunológico desse carrapato responde a esses fungos, que são empregados como agentes de controle biológico”.
Salorrane Miranda, integrante do LPI desde 2017, atua agora como representante estudantil na SIP, exercendo o papel de interlocutora entre a sociedade e a comunidade acadêmica. “É uma grande honra e uma responsabilidade que recebo com entusiasmo e compromisso. Significa não apenas o reconhecimento do meu envolvimento e dedicação à comunidade científica”. A doutoranda acrescenta que a atuação como representante significa “propor iniciativas que intensifiquem a divulgação e a integração entre estudantes e membros da sociedade, trazendo mais visibilidade ao controle microbiano”. Ela destaca que o Brasil já é referência na área e com potencial ainda maior por meio da interlocução científica regional. “O fortalecimento de uma rede de pesquisadores e alunos pode promover essa estratégia de controle como ferramenta sustentável em outros países da América Latina pode gerar impactos ambientais e econômicos positivos”, reflete.

*Victor Hugo Gomes é estagiário em jornalismo no projeto IPTSP Comunica e é supervisionado pela jornalista Marina Sousa.
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