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Egressos da UFG compartilham experiências profissionais durante o III Simpósio de Biotecnologia (Biotec S!M)

Em 12/08/25 14:41. Atualizada em 13/08/25 14:40.

Os ex- estudantes do curso compartilharam sua trajetória e responderam dúvidas durante mesa redonda com o tema “Construindo Carreiras com a Biotecnologia”

Texto e fotos: Maria Eduarda Silva

Durante o último dia do Biotec S!M, que aconteceu durante os dias 27 e 30 de junho, alguns egressos foram convidados a compartilharem suas experiências profissionais. O evento, que reúne estudantes, profissionais e pesquisadores da área de Biotecnologia, comemorou os 15 anos de criação do curso e na sua última etapa, no dia 30 de junho, foi celebrado o Dia do Biotecnologista. 

Para honrar os profissionais da área em grande estilo, ex - estudantes do curso falaram sobre suas experiências fora dos muros da faculdade. O momento contou com a participação de Alexandre Toshihiro Matugawa e Dhiogo Neres Carreira, da AgBiTech Brasil, Aline Menegat de Araújo, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Arroz e Feijão, Paulo Hernandes Marques Palmeira, CEO da InsilicAll e Iara Mendes Maciel, CEO da Nanoterra. As apresentações e a roda de conversa foram mediadas pelo professor Leandro Martins Santana, doutor em Bioquímica e professor no Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP/UFG), no setor de Biotecnologia.

A egressa Iara Mendes Maciel, contou que sua trajetória da graduação até aqui foi longa. Ela fez parte da primeira turma de Biotecnologia, há 15 anos, e fez iniciações científicas, estágios e pesquisas em diversas áreas. Desde que se formou, sabia que queria transformar o mundo, mas não sabia como. Até que, numa manhã de domingo, sua mãe estava assistindo ao Programa Pequenas Empresas & Grandes Negócios e mostrou uma empresa de cosméticos, em São Paulo, que trabalhava com peles mais maduras. 

Desde então, começou a estudar mais sobre a área e o mercado da saúde, e viu uma chance de investimento. Naquele momento, havia uma tendência crescente de produtos naturais, e Iara buscava associar isso ao desempenho de alta performance. Foi assim que passou meses estudando a possibilidade de desenvolver cosméticos à base de açafrão, produto tipicamente utilizado em alimentos no estado de Goiás, com propriedades antioxidantes, cicatrizantes, anti inflamatórias, entre outras. 

iara mendes maciel
CEO da Nanoterra, Iara Mendes, contou sua trajetória profissional até a criação da startup.

 

Em 2015, entrou no Programa de Pós- Graduação em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro, no IPTSP/UFG, orientada pelo professor André Amaral, com o desenvolvimento do mestrado na área de nanotecnologia. No doutorado, desenvolveu pesquisa na área de cosmetologia, pois tinha a ideia de uma empresa de cosméticos. Porém, após analisar o mercado, em 2022, decidiu seguir na área de desenvolvimento de nanoativos sustentáveis, quando surgiu a Nanoterra como é hoje. 

A Nanoterra é uma startup especializada em produtos e serviços para a cadeia de cosméticos, desenvolvendo nanoativos veganos e sustentáveis a partir de ativos produzidos de forma sustentável no Brasil. A empresa busca a biodiversidade brasileira por meio da nanobiotecnologia sustentável. 

Em seguida, os egressos Alexandre Toshihiro Matugawa e Dhiogo Neres Carreira, que atualmente ocupam a posição de analistas de pesquisa na AgBiTech, uma empresa de produtos microbiológicos para controle de pragas em lavouras, visando uma agricultura viável. 

“A AgBiTech é uma empresa de biotecnologia que tem origem na Austrália, em 2002, que por alguns surtos de Helicoverpa armigera, nosso fundador começou a fazer pesquisa com biotecnologias para tratar esse surto, porque os métodos químicos para controle de praga não estavam surtindo tanto efeito e eram danosos para a lavoura”, conta Dhiogo Neres Carreira. 

Diogo Neres Carreira
Dhiogo Neres contou um pouco sobre o início da AgBiTech, empresa de biotecnologia

 

A empresa produz inseticidas biológicos amplamente utilizados por diferentes tipos de agricultores, do familiar ao empresarial, do orgânico ao convencional, e também é líder no biocontrole para lagartas na cultura de soja, milho e algodão. 

O ex estudante Alexandre Toshihiro Matugawa conta que ele e Dhiogo fizeram, respectivamente, iniciação tecnológica e iniciação científica no Laboratório de Patologia de Invertebrados (LPI), do IPTSP, sob orientação do professor Éverton Kort, do Setor de Parasitologia.  

“Toda essa experiência na iniciação científica e no laboratório foram muito importantes porque aprendemos a lidar com o dia a dia no laboratório, pipetagem, trabalhar em ambiente estéril. E tivemos toda essa formação, publicamos artigo e participamos de congressos, então essa experiência foi muito importante”, destaca Alexandre.

Alexandre Toshihiro Matugawa
 Alexandre Toshihiro destacou a importância de fazer uma iniciação científica durante a graduação para a sua formação profissional.

 

A mestre em Genética e Biologia Molecular pela UFG, Aline Menegat de Araújo, da Embrapa Arroz e Feijão, também destacou a importância da iniciação científica durante a graduação. Ela conta que, durante a graduação, fez iniciação científica na área de genética, e depois passou a trabalhar com melhoramento genético, dentro da área de agronomia, e ressalta a importância de conhecer mesmo as áreas que não tem muita afinidade, pois todos conhecimentos são úteis. 

No mestrado, atuou na área da biologia e genética, com foco na bioinformática genômica. A biotecnologista estimava trabalhar com algo aplicado, em que pudesse utilizar seu conhecimento teórico e auxiliar a solucionar problemas e, por isso, entrou na Embrapa, empresa voltada para viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação para sustentabilidade da agricultura em benefício da sociedade brasileira. 

Aline Menegat de Araújo
 Mestre em Genética e Biologia Molecular pela UFG, Aline Menegat de Araújo compartilhou a importância de navegar por várias áreas durante a graduação, como forma de aprendizagem.

 

“O curso de biotecnologia prepara a gente para muitas áreas que queiramos trabalhar; eu trabalhava com plantas, mas tive contato com microbiologia durante o curso. A gente tem disciplinas práticas e contato com essa parte de microbiologia, com bactérias, vírus e fungos. Acho que foi um diferencial pra mim”, relata. 

Por fim, o egresso Paulo Hernandes Marques Palmeira, co - fundador da InsilicAll, deeptch focada no desenvolvimento de novas abordagens e soluções científicas para Toxicologia Regulatória e Inovação em Medicamentos. Ele contou que, durante a graduação, integrou projetos de inovação e foi finalista em duas edições das Olimpíadas de Empreendedorismo para Universitários Goianos, além de integrar outras startups, como a Bioplace, premiada em segundo lugar na Bio Start Up Lab e finalista do Inovativa Brasil. 

Na época, um novo hub de inovação para a área de biotecnologia surgiu em Minas Gerais, o BiotechTown, em que submeteu a proposta da InsilicAll e o projeto foi aprovado. Nesse período, a empresa recebeu investimentos e Paulo e Rodolfo Braga, co-fundador, fizeram um ano de treinamento. Em 2021, receberam uma segunda rodada de investimentos e receberam, também, um profissional da área da gestão, com experiência na indústria farmacêutica. Assim se iniciou a trajetória da empresa, contando com apoio e empresários fornecendo serviços. 

Paulo Hernandes Marques Palmeira
O egresso de Biotecnologia relatou projetos e iniciativas de destaque durante sua graduação.

 

De acordo com ele, a empresa desenvolve soluções científicas para a indústria farmacêutica. “A gente atua principalmente com demandas de relatórios toxicológicos. Prestamos serviços de consultoria, fazendo toda a parte de avaliação toxicológica e segurança regulatória, e essa documentação é encaminhada para a Anvisa, ou a gente faz o licenciamento das nossas tecnologias e o treinamento para que as indústrias façam internamente”, explica. 

Depois das palestras, os egressos foram convidados a uma roda de conversa, em que esclareceram dúvidas e incentivaram os alunos a desenvolverem projetos e tomarem iniciativas próprias durante o percurso da graduação. 

 

*Maria Eduarda Silva é bolsista de jornalismo no projeto IPTSP Comunica e é supervisionada pela jornalista Marina Sousa.

Fonte: Comissão de Comunicação do IPTSP

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