
IPTSP NA MÍDIA: Prof.ª Ana Maria de Castro fala sobre toxoplasmose congênita e prevenção na gravidez
Em entrevista para a TV UFG, docente explica sobre os riscos da toxoplasmose para gestantes e a importância do diagnóstico precoce
Texto: Ana Júlia Mendes
A professora Ana Maria de Castro, do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da UFG (IPTSP/UFG), participou de uma entrevista na TV UFG, na qual abordou de forma clara e didática os riscos da toxoplasmose congênita e a importância da prevenção durante a gestação. Referência na área, a docente coordena há mais de 20 anos uma linha de pesquisa dedicada ao estudo da infecção congênita pelo parasita Toxoplasma gondii, com ênfase em gestantes e recém-nascidos.
A toxoplasmose é causada por um parasita amplamente difundido, estima-se que cerca de 70% da população mundial já tenha sido exposta a ele. Em pessoas com o sistema imunológico saudável, a infecção geralmente não causa sintomas graves. No entanto, durante a gravidez, os riscos se voltam ao feto, podendo gerar desde abortos espontâneos até má-formações e sequelas neurológicas ou motoras.
A partir de 2022, a triagem neonatal para toxoplasmose passou a ser realizada no teste do pezinho. Para a professora Ana Castro, essa medida representa um avanço fundamental para o diagnóstico precoce: “Quanto mais cedo for confirmada a infecção, mais rapidamente o tratamento é iniciado, o que minimiza sequelas e melhora o prognóstico do recém-nascido”, destaca. O laboratório do IPTSP é referência para essa confirmação diagnóstica.

Durante a conversa, a professora também esclareceu mitos sobre o contágio da toxoplasmose, destacando que os gatos não são os verdadeiros vilões. Eles, assim como outros felídeos, são os hospedeiros definitivos do parasita Toxoplasma gondii e eliminam os oocistos (formas resistentes do protozoário) por meio das fezes. Esses oocistos podem contaminar o solo, a água e, indiretamente, frutas e legumes, quando não são bem lavados. A infecção em humanos ocorre principalmente pela ingestão desses alimentos mal higienizados ou de carne mal passada. A professora recomendou que gestantes redobrem os cuidados com a higiene alimentar e evitem o contato direto com fezes de gatos, mesmo nas caixas de areia, usando luvas ou pedindo auxílio.
Além disso, Castro reforçou que mulheres com IgG (Imunoglobina G) positiva para toxoplasmose também devem manter os cuidados, pois estudos recentes indicam que reinfecções podem ocorrer e, embora raras, ainda podem causar transmissão congênita. Com compromisso contínuo com a pesquisa e com a saúde pública, o IPTSP se coloca à disposição para esclarecimentos e para o acolhimento de casos suspeitos. “Para se cuidar, é preciso conhecer. A educação é uma ferramenta essencial para o autocuidado e para evitar complicações futuras”, finaliza a professora.
A entrevista completa está disponível no canal da TV UFG no YouTube. Acompanhe, compartilhe e fique por dentro das pesquisas que fazem a diferença na vida da população.
*Ana Júlia Mendes é estagiária do projeto IPTSP Comunica e é supervisionada pela jornalista Marina Sousa.
Fonte: Comissão de Comunicação do IPTSP
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