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Defesa de Memorial celebra trajetória inspiradora da Profª Liliana Borges em meio a reflexões sobre o cenário acadêmico

Em 06/06/25 15:49. Atualizada em 06/06/25 17:26.

A Profª defendeu o memorial com sua jornada pessoal e familiares, colegas de trabalho e discentes acompanharam a solenidade, marcada por muita emoção 

Texto: Maria Eduarda Silva 

No dia 29 de abril, a docente do Setor de Patologia e coordenadora do curso de Biotecnologia do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP), Liliana Borges de Menezes, realizou a defesa pública de seu memorial, que detalhou a sua trajetória científica, acadêmica e pessoal. Essa defesa é uma etapa fundamental para a progressão na carreira docente do Magistério Federal, sendo requisito para a promoção ao cargo de professora titular do instituto - o nível mais alto da carreira.

No evento, estavam reunidos familiares, colegas de profissão, ex-alunos e professores. A banca examinadora foi composta por docentes das áreas de Medicina Veterinária e Medicina: professor Antônio Carlos Alessi, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), professor Anilton César Vasconcelos, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e professor Florêncio Figueiredo Cavalcanti Neto, da Universidade Católica de Brasília. (UCB). A professora Veridiana Maria Brianezi Dignani de Moura, da Escola de Veterinária e Zootecnia (EVZ), da Universidade Federal de Goiás, presidiu a banca. 

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O início da cerimônia foi marcado por agradecimentos, realizados pela professora Flávia Aparecida de Oliveira, diretora do IPTSP, aos membros da banca e a todos que estavam presentes. A professora Veridiana também aproveitou o momento para agradecer a oportunidade de presidir a banca e fazer parte deste momento tão especial. 

A professora Liliana iniciou sua defesa agradecendo a presença daqueles que vieram prestigiá-la. Antes de descrever as atividades realizadas enquanto docente, Liliana trouxe algumas informações sobre a sua vida pessoal, que a levaram a trilhar os caminhos da vida acadêmica.

Ela conta que não lembra quando decidiu cursar veterinária, mas se recorda de estar sempre em contato com natureza quando ia à fazenda na cidade dos pais, em Jataí e Edéia, no interior do estado de Goiás. Depois de um ano de cursinho, passou para Medicina Veterinária na UFG. 

“Passava o dia inteiro na universidade, envolvida com monitorias, atividades acadêmicas, participação em congressos e na organização de eventos”, relata Liliana.  

Ela destaca que, durante a sua trajetória, teve a influência de muitos professores, que a permitiram participar de projetos de pesquisa, extensão e de uma iniciação científica, em que teve o primeiro contato com coletas de amostras e processamento com coloração de lâminas e outros processos. 

Os próximos passos da jornada acadêmica já estavam sendo trilhados: no final do curso, no dia da graduação, Liliana já havia sido aprovada para o mestrado e, quando defendeu sua dissertação, já havia sido aprovada no doutorado na UFG, em Ciência Animal. 

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Ainda durante o doutorado, Liliana foi aprovada em um concurso para o cargo de professora assistente em Patologia Geral no IPTSP. Nesse período, enfrentou alguns desafios: o principal deles foi ingressar em um setor já consolidado, assumindo a responsabilidade de ministrar aulas para diversos cursos da área da saúde, como Farmácia, Medicina, Nutrição, Biomedicina e Enfermagem. 

Com o passar do tempo, o desafio passou a ser outro: o rendimento dos estudantes, que pareciam desinteressados, com falta de foco e objetivos concretos. Os docentes passavam a se questionar como competir com o celular; era um conflito geracional motivado pelos novos hábitos relacionados ao uso da tecnologia. 

Na tentativa de melhorar sua relação com os estudantes e seu rendimento em sala, a professora passou a fazer cursos voltados a metodologias de ensino, e conta que aplicou tudo que aprendeu em sala de aula, durante as disciplinas de metodologia científica e patologia geral, especialmente durante a pandemia. 

Em 2019, já oferecia disciplinas para o Programa de  Pós - Graduação em Ciência Animal (PPGCA) entre elas uma denominada Soft Skills - Habilidades Empreendedoras, que tinha como objetivo estimular habilidades socioemocionais e comportamentais necessárias para ser bem sucedido no local de trabalho, e outra chamada Aprendizagem Criativa - Reaprender para Ensinar, que buscava estimular o uso de diversas metodologias de ensino, aprendizagem aplicadas na educação e desenvolver habilidades para sua utilização prática baseada no aprendizado ativo e colaborativo.

A professora narrou todo o seu envolvimento nas atividades de ensino, de pós - graduação, orientações de monitoria, iniciações científicas, mestrado e doutorado, além da coordenação de projetos, nas linhas de cicatrização de feridas e teste de compatibilidade de biomateriais, além de muitas outras atividades e projetos. A professora também coordenou por muito tempo o Centro Multiusuário de Produção e Experimentação Animal  (CMPEA/IPTSP). 

Liliana conta que o processo de colocar toda a sua trajetória em um documento foi um trabalho difícil, mas recompensador: 

“Passei finais de semana e à noite para conseguir entregar um material que demonstrasse o que fiz durante esse período, desde a minha contratação até o segundo semestre de 2024. Mas também me fez ter um olhar de todo este caminho e valorizar tudo o que eu passei, e reafirmar o meu empenho com a formação de pessoas, a produção de conhecimento e o compromisso social’, afirma. 

Ao final, ela se mostrou grata por fazer parte da UFG, que recentemente recebeu uma nota de excelência, e dedicou o memorial a membros queridos da família. 

Após a apresentação, os membros da banca, professor Antônio Carlos Alessi e o professor Anilton César Vasconcelos, que estavam presentes de maneira remota, e o professor Florêncio Figueiredo Cavalcanti Neto fizeram comentários e perguntas a respeito do memorial apresentado, enquanto a conversa era mediada pela professora Veridiana. 

Os três ressaltaram a riqueza e qualidade da trajetória da professora, marcada por alto nível de profissionalismo, resiliência e reinvenção. Entre os temas debatidos, os conflitos geracionais durante a era tecnológica foram bastante abordados, principalmente em relação ao uso das IAs. 

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Ao falar sobre o assunto, Liliana destaca que a reinvenção por parte dos docentes é de extrema importância, já que o uso das IAs tende a se tornar ainda mais intenso, até o momento em que esteja totalmente incorporado em nosso cotidiano. 

“Eu não consigo ver o uso das IAs parando, acho que vai ficar cada vez mais forte. Em relação ao papel do professor, não acho que vamos ser substituídos, os processos tecnológicos vêm para facilitar. É necessário entender isso para fornecer subsídios aos jovens que não são da minha geração”, afirma. 

A necessidade de reinvenções e metodologias de ensino mais lúdicas e didáticas, além de adaptações que devem ser feitas para que a relação entre aluno e professor seja mais sólida, também foram discutidas. 

Outros aspectos da vida e da carreira da professora também foram abordados, em um rico momento de troca de experiências e reflexões sobre o cenário acadêmico.

O evento foi uma verdadeira celebração da trajetória de Liliana, marcada por dedicação e conquistas. Amigos, alunos, familiares e colegas estiveram presentes para homenageá-la, em uma ocasião carregada de emoção, perceptível em cada olhar, gesto e palavra, inclusive os da própria homenageada.

 

O IPTSP parabeniza a professora Liliana Borges por sua trajetória inspiradora, construída com resiliência, compromisso e paixão pelo ensino!

 

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*Maria Eduarda Silva é bolsista de jornalismo no projeto IPTSP Comunica e é supervisionada pela jornalista Marina Sousa.

Fonte: Comissão de Comunicação do IPTSP

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