
Brainstorm de Ciência traz discussão importante sobre controle biológico do carrapato bovino
Encontro aconteceu na última quarta-feira (28) e discentes apresentaram pesquisas desenvolvidas na UFG sobre o assunto
Texto: Maria Eduarda Silva
O último encontro do Brainstorm de Ciência teve como tema “Controle Biológico do carrapato bovino: o que temos pesquisado na UFG”, assunto extremamente relevante nas áreas de Ciências Biológicas e Ciências Veterinárias.
A palestra foi realizada por dois alunos do professor Caio Monteiro, docente do Departamento de Biociências e Tecnologia (DEBIOTEC), do Instituto de Parasitologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP): Isabela Santos, graduada em Ciências Biológicas, e Rafael Carvalho, graduado em Zootecnia, ambos doutorandos em Ciência Animal pela Universidade Federal de Goiás.
A primeira parte da palestra foi apresentada pela discente Isabela, que falou sobre o que está sendo desenvolvido na área agrícola sobre o assunto na UFG e o que já se sabe dentro do ramo da agricultura.
Na agrícola, o controle biológico já é muito utilizado e possui produtos no mercado disponíveis para os produtores, o que pode contribuir para os estudos desenvolvidos na agropecuária.
No início da palestra, foi apresentado o dado de que a população global está crescendo durante os últimos anos, e estima-se que entre os anos de 2040 e 2100 o mundo irá contar com uma população de 10 bilhões de pessoas. Com esse aumento, será necessário, também, o aumento da produção de alimentos.
Porém, devido ao atual cenário do meio ambiente, marcado por desmatamentos, queimadas e exploração de recursos naturais, estima-se que a produção só possa aumentar em 20%, quando o ideal para abastecer toda a população seria um aumento de 70%. Frente a isso, faz-se necessário buscar alternativas de aumento de produção que atendam a essa demanda durante um curto período, e o controle biológico é uma dessas soluções.
A preferência por esse método se justifica pelo uso de inimigos naturais para o controle de pragas e de outros tipos de prejuízos que acometem a agricultura e a pecuária.
A discente destacou que muitos produtores no Brasil já usam controle biológico, ao apresentar a pesquisa “Controle biológico de carrapatos com ênfase na utilização de fungos e nematoides entomopatogênicos”, desenvolvida pelos professores Caio Monteiro e Éverton Kort Kamp, do setor de Parasitologia do IPTSP, junto a alunos de graduação e pós-graduação.
A aluna também ressaltou que a utilização de pequenas concentrações de fungos para o controle biológico pode ser útil, por ser economicamente viável para os produtores e ter uma ação satisfatória no controle de infestações.
Após a fala de Isabela Santos, o discente Rafael Carvalho continuou a palestra apresentando resultados do que está sendo desenvolvido pelos dois estudantes.
“Nossa ideia foi sair um pouquinho dos campos mais tradicionalmente utilizados, que é o caso do Beauveria bassiana, e estamos dando uma oportunidade para o fungo Cordyceps javanica”, explica Rafael.
De acordo com o discente da EVZ, foram realizados testes de eficácia do fungo a partir da aplicação de concentrações de adjuvantes, substâncias adicionadas a formulações para melhorar sua eficácia e desempenho. A partir da aplicação de concentrações diferentes dos adjuvantes, foi observado o potencial tóxico dos fungos em larvas.
O teste em campo também é de extrema importância e, para sua realização, foram utilizados 20 bovinos, de modo que 10 deles não receberam nenhum tipo de tratamento, enquanto os outros receberam um tratamento com determinado nível de concentração de adjuvantes. O percentual de eficácia para essa etapa ficou acima de 60%, um percentual interessante quando se trata de controle biológico.
Em linhas gerais, o controle biológico pode ser uma possibilidade na pecuária, e os biopesticidas estão sendo cada vez mais utilizados, não só na agricultura mas também na área da veterinária.
Ao final da palestra, os estudantes que estavam presentes fizeram perguntas e tiraram dúvidas em relação ao conteúdo apresentado, tanto em relação a como a pesquisa foi desenvolvida quanto em relação ao próprio tema.
O evento apresentou como estão se desenvolvendo as pesquisas sobre controle biológico na UFG, quais são os principais desafios, o cenário atual e de que forma esse método de controle pode beneficiar não só os agricultores, mas também os pecuaristas. Além disso, alerta para a necessidade de práticas que contribuam para o meio ambiente e não ofereçam riscos à qualidade dos produtos.
Reserve na sua agenda: o próximo encontro já tem data marcada! Dia 11 de junho, às 16h, na Sala Multimídia do IPTSP. Não perca!
*Maria Eduarda Silva é bolsista de jornalismo no projeto IPTSP Comunica e é supervisionada pela jornalista Marina Sousa.
Fonte: Comissão de Comunicação do IPTSP
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