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IPTSP recebe professor da Universidade da Flórida para palestra sobre HIV, álcool e saúde pública

Em 22/05/25 11:03. Atualizada em 22/05/25 11:16.

Cook compartilhou experiências do consórcio SHARC, que busca transformar ciência em soluções práticas para melhorar o cuidado em saúde pública

Texto e foto: Marina Sousa

Na última terça-feira, 14 de maio, o Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás (IPTSP/UFG) recebeu o médico e pesquisador Robert Cook, da Universidade da Flórida (EUA), para a palestra “HIV, Alcohol and Public Health Research: Innovations and Challenges in the Care of Vulnerable Populations – SHARC Experience”. O evento reuniu estudantes, docentes e profissionais da saúde interessados em compreender as complexas interações entre o consumo de álcool, o tratamento do HIV e os desafios enfrentados por populações vulneráveis.

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Na apresentação, o professor falou sobre os impactos do uso de álcool na saúde de populações vulneráveis, a importância da confiança na pesquisa científica

 

Cook é professor do Departamento de Epidemiologia do College of Public Health and Health Professions da Universidade da Flórida e atua como clínico no UF Health Internal Medicine – Medical Plaza. Ele lidera pesquisas no SHARC (Southern HIV and Alcohol Research Consortium), consórcio que busca melhorar os desfechos clínicos de pessoas vivendo com HIV, especialmente aquelas afetadas pelo uso de álcool. A missão do grupo é transformar evidências científicas em intervenções práticas para a saúde pública.

Durante a palestra, o professor compartilhou experiências de campo e ressaltou a importância de fatores sociais como habitação e acesso aos serviços de saúde. “Estamos perguntando agora sobre moradia, porque se tornou uma questão crítica nos Estados Unidos. A dificuldade de acesso à moradia impacta diretamente a continuidade do tratamento para o HIV”, afirmou.

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A apresentação também abordou inovações no cuidado com o HIV, como antirretrovirais injetáveis de longa duração e o uso de inteligência artificial na análise de prontuários clínicos

 

Ele também discutiu a realidade dos estudos desenvolvidos pelo consórcio SHARC em diferentes contextos, como o Condado de Seminole, na Flórida, onde metade dos pacientes atendidos fala espanhol. “Adaptamos nossas pesquisas aos contextos locais. É preciso ouvir as comunidades para entender os fatores que interferem na adesão ao tratamento”, explicou.

Cook apresentou resultados de estudos que relacionam o consumo de álcool com inflamação sistêmica em pessoas vivendo com HIV. Um dos achados mais promissores mostrou que participantes que deixaram de consumir álcool apresentaram redução de marcadores inflamatórios como a IL-6, importante indicador de inflamação crônica no organismo.

Ele também mencionou os impactos da pandemia de COVID-19, que forçou a interrupção de algumas pesquisas presenciais, e destacou os esforços atuais para inovar na coleta de dados com dispositivos como relógios inteligentes e bafômetros. “Queremos encontrar formas viáveis de monitorar o consumo de álcool e avaliar intervenções com eficácia, mesmo que as pessoas escolham continuar bebendo”, disse.

A palestra incluiu ainda reflexões sobre novas tecnologias e métodos de cuidado, como o uso de antirretrovirais injetáveis de ação prolongada e o uso de inteligência artificial para analisar prontuários médicos. “Estamos trabalhando com processamento de linguagem natural para identificar indícios de estigma, depressão ou uso de substâncias nos registros clínicos. Isso pode ajudar a antecipar problemas e melhorar o cuidado”, contou.

Por fim, o professor mencionou projetos de formação que oferecem bolsas de pesquisa para participantes e pesquisadores. A presença do professor Robert Cook no IPTSP reforça o compromisso da instituição com a internacionalização e o intercâmbio de conhecimento científico voltado para a saúde pública. Sua palestra ofereceu uma visão abrangente dos desafios e inovações no cuidado de populações afetadas pelo HIV e uso de álcool, destacando a necessidade de abordagens interdisciplinares e centradas nas pessoas.

A palestra faz parte da Disciplina BrainStorm de Ciência e contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), do Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical e Saúde Pública (PPGMTSP), Programa de Pós-Graduação em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (PPGBRPH) e Faculdade de Enfermagem da UFG.

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"O evento reuniu público acadêmico e profissional interessado nas interações entre álcool, HIV e vulnerabilidades sociais


CMBiotecs

Durante sua passagem pela UFG, o professor Robert Cook teve a oportunidade de conhecer diferentes espaços da universidade. Um dos destaques foi a visita ao Centro Multiusuário de Pesquisa de Bioinsumos e Tecnologias em Saúde (CMBiotecs), onde pôde acompanhar de perto as atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas pela instituição. A visita também teve como objetivo fortalecer parcerias e abrir caminho para futuras colaborações internacionais.

O pesquisador foi recebido pela diretoria do IPTSP, professoras Flávia Aparecida e Megmar Carneiro, pela coordenadora do CMBiotecs,  Elaine Jacob, sua equipe, e também por membros do Núcleo de Estudos em Epidemiologia e Cuidados em Doenças Transmissíveis e Agravos à Saúde Humana, vinculado à Faculdade de Enfermagem da UFG.

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Visita técnica às futuras instalações do Laboratório de Biossegurança Nível 3 (NB3) - Fotos: Necaih 




Fonte: Comissão de Comunicação do IPTSP

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