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No Dia Mundial de Conscientização sobre Parkinson, conheça estudo da UFG que pesquisa ligação entre intestino e a doença

Em 10/04/25 14:34. Atualizada em 11/04/25 18:18.

Estudo avalia papel da microbiota intestinal e do receptor TREM-1 na doença

Texto e Arte: Caio Rabelo

Uma pesquisa em andamento no Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP/UFG), vinculada ao Laboratório de Imunologia de Mucosas e Imunoinformática (Limim), está lançando um novo olhar sobre a Doença de Parkinson: o intestino pode ser uma das chaves para entender como a enfermidade evolui no organismo. A investigação é conduzida pelo Dr. José Rodrigues do Carmo Neto, sob supervisão do professor Dr. Helioswilton Sales de Campos, coordenador do Limim.

O projeto analisa como alterações na microbiota intestinal — a chamada disbiose — e a ativação do receptor TREM-1 influenciam a progressão da doença de Parkinson em modelos experimentais. Ao combinar análises de bioinformática com experimentos envolvendo animais e o cultivo de células, os pesquisadores pretendem esclarecer novos mecanismos na relação entre o  sistema nervoso entérico e sua relação com a deposição de proteínas como a alfa-sinucleína, fortemente associada à degeneração de neurônios dopaminérgicos característica do Parkinson.

arquivo limim

 

A divulgação da pesquisa ganha ainda mais importância neste 11 de abril, Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson, data voltada a alertar a sociedade sobre os desafios enfrentados por milhões de pessoas no mundo com a condição.

“A ideia é investigar se o intestino pode ser um ponto de partida para o desenvolvimento da doença, e se o TREM-1 está envolvido nesse processo. Isso pode abrir portas para novas estratégias de diagnóstico precoce e até para terapias que retardem a progressão da enfermidade”, explica o pesquisador José Rodrigues.

A Doença de Parkinson é a segunda condição neurodegenerativa mais comum no mundo, perdendo apenas para o Alzheimer. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 8-10 milhões de pessoas vivem com Parkinson no planeta. No Brasil, estima-se que 200 mil indivíduos sejam afetados, de acordo com a Associação Brasil Parkinson (ABP, 2023).

O estudo aposta em um modelo experimental inovador para mapear os efeitos da disbiose e do TREM-1 sobre as conexões intestinais e cerebrais, o que pode ser fundamental para compreender as origens da doença e antecipar seus sintomas.

A expectativa da equipe é que os resultados possam contribuir não só para o entendimento da fisiopatologia do Parkinson, mas também para a formulação de possíveis estratégias terapêuticas no futuro.

 

Fonte: Comissão de Comunicação do IPTSP

Categorias: Laboratório de Imunologia de Mucosas e Imunoinformática (LIMIM/IPTSP) Notícias