
Pesquisadores do IPTSP/UFG investigam nova estratégia para combater a dengue
Estudo explora alvos terapêuticos para evitar formas graves da doença
Texto: Caio Rabelo
Diante do aumento alarmante dos casos de dengue no Brasil, um novo estudo conduzido pela Universidade Federal de Goiás (UFG) pode representar um avanço na busca por tratamentos eficazes contra a doença. O projeto foi aprovado na chamada do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para Pesquisas Pré-Clínicas e Clínicas Estratégicas para o SUS. Realizada no Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP), pelo Laboratório de Imunologia de Mucosas e Imunoinformática (Limim), tem como coordenador o professor Helioswilton Sales de Campos.
O estudo investiga o papel dos receptores TREM-1 e TLT-1 na progressão da dengue para quadros graves e sua viabilidade como alvos terapêuticos. Esses receptores desempenham um papel fundamental na resposta inflamatória e podem estar diretamente ligados a complicações da doença, como aumento da permeabilidade vascular e hemorragias, que normalmente levam à morte. A proposta do estudo é bloquear essas interações para evitar que o quadro dos pacientes se agrave, uma estratégia inovadora no enfrentamento da dengue.

Segundo dados recentes do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, o Brasil já registrou mais de 550 mil casos de dengue até a primeira semana de março de 2025, com cerca de 280 óbitos. A rápida disseminação do vírus e a falta de um tratamento específico fazem da doença um dos maiores desafios para o sistema de saúde pública. "Nosso objetivo é compreender melhor os mecanismos da dengue e desenvolver abordagens terapêuticas que possam impedir sua progressão para formas graves. Se formos bem-sucedidos, poderemos reduzir significativamente as internações em UTIs e as mortes causadas pela doença", explica o professor Helioswilton.

O estudo utilizará técnicas avançadas, como modelos de cultura celular tridimensionais e bioengenharia de tecidos, para avaliar a eficácia dos inibidores desses receptores. A expectativa é que, caso os resultados sejam positivos, a pesquisa possa abrir caminho para novos tratamentos que ajudem a reduzir a letalidade da dengue, aliviando a pressão sobre o Sistema Único de Saúde (SUS).
Além de seu impacto na saúde pública, o projeto reforça a importância da ciência nacional na busca por soluções inovadoras para doenças tropicais. Com o financiamento do CNPq e do Ministério da Saúde, a iniciativa demonstra o potencial da pesquisa brasileira no desenvolvimento de estratégias eficazes contra epidemias que afetam milhões de pessoas todos os anos.
Fonte: Comissão de Comunicação IPTSP
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