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IPTSP NA MÍDIA - Importância dos estudos do metabolismo de parasitas e vetores no combate a doenças

Em 11/03/25 16:49. Atualizada em 11/03/25 16:51.

Uso da tecnologia e inteligência artificial pode ser um grande aliado no avanço das pesquisas

Arte: Mailson Diaz 

Texto: Maria Eduarda Silva 

O professor José Clecildo Barreto, do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP), e o professor Bruno Neves, da Faculdade de Farmácia da UFG, estiveram na TV UFG para falar a respeito da importância do estudo do metabolismo de parasitas e vetores no combate a doenças, aliado à formulação de novos fármacos e medicamentos. 

A pesquisa, que trata a respeito da inversão do ciclo de Krebs em invertebrados, foi premiada no 21º Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão (Conpeex), da UFG, em 2024, e ficou classificada em primeiro lugar na Mostra de Educação Profissional e Tecnológica. O estudo ressalta, principalmente, como essa adaptação metabólica, que é essencial para a sobrevivência de parasitos e hospedeiros em ambientes com pouca disponibilidade de oxigênio, pode ser utilizada para o desenvolvimento de novos medicamentos contra doenças parasitárias, como a esquistossomose e a malária. 

Os parasitas são organismos que vivem em ou sobre outros organismos, os chamados hospedeiros, e obtêm recursos e nutrientes a partir deles. Esses organismos são diversos, e vão desde bactérias até vermes e protozoários. Já os vetores são os veículos responsáveis pela transmissão desses parasitas entre dois hospedeiros. Mosquitos e moluscos, por exemplo, podem ser vetores de doenças.  

No início da conversa, o professor José Clecildo foi questionado sobre a importância da inversão do ciclo de Krebs nos estudos sobre o assunto. Esse ciclo ocorre durante a respiração celular e é responsável por produzir energia para as células. O professor explicou que esse processo é um conjunto de reações bioquímicas, que ocorre principalmente em vertebrados, humanos e outros animais, mas que também ocorre em microrganismos, como os parasitos. 

“Nesse caso podemos falar sobre a malária, a toxoplasmose e a esquistossomose, conhecida como barriga d’água. Também podemos encontrar esse conjunto de reações dentro das células em vetores, como o Aedes aegypti, moluscos e caramujos”. 

O professor explicou que, através do uso de tecnologias analíticas, essas substâncias são analisadas dentro da célula, a fim de buscar quais diferenças existem entre elas. Ele também citou o processo de estudo da bioquímica comparada. 

“Quando desenvolvemos um medicamento, sabemos que esse medicamento não pode agredir o hospedeiro. Dessa forma, a nossa linha de estudos busca descobrir diferenças metabólicas entre o parasito, o hospedeiro intermediário e o hospedeiro definitivo, que no caso de doenças como malária e esquistossomose, pode ser um humano”.  

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Ele destaca que a utilização do estudo de bioquímica comparada é uma metodologia útil na busca de fármacos que sejam capazes de inibir o ciclo de Krebs nesses organismos, o gerador de energia das células dos parasitos. 

Bioinformática 

O uso da tecnologia como aliada a esses estudos também foi pautada durante a entrevista, principalmente de que maneira ela pode ser utilizada para facilitar o processo de formulação de novos fármacos e medicamentos. O professor Bruno explicou que a tecnologia é uma ferramenta que torna a pesquisa mais eficiente e pode acelerar as descobertas. 

“No ponto de vista da execução de um projeto de pesquisa, em vez de testar substâncias de forma aleatória, sem nenhum planejamento, é possível ensinar a essas tecnologias e algoritmos de inteligência artificial a atuarem como filtros. Em um filtragem preliminar, eles seriam capazes de identificar, em um conjunto de milhões de substâncias, quais seriam as mais promissoras”. 

O professor ainda destacou que, além de tornar a pesquisa mais eficiente,  o uso de recursos tecnológicos é capaz de reduzir custos durante as pesquisas, reduzindo a necessidade do uso de reagentes e animais. 

Por fim, o professor José Clecildo e o professor Bruno explicaram um pouco mais sobre um estudo que desenvolveram juntos.

“Tínhamos um problema, a esquistossomose, um vetor dentro do laboratório, que era um caramujo de água doce, e prospectamos uma ideia, que está sendo financiada pela FAPEG. Acreditamos que vai ser uma pesquisa de bastante sucesso, não só na área de pesquisa, mas também de inovação”, explica o professor. 

“Esse projeto começou como uma pesquisa de base, em que integramos todo o conhecimento de parasitologia e bioquímica a tecnologia e química. Agora pretendemos avançar na pesquisa, para etapas mais específicas, com um nível de maturidade tecnológica maior e potencializando a introdução desse novo produto no mercado”, finaliza o professor Bruno. 

Para ver a entrevista completa, não deixe de acessar o canal oficial da TV UFG no YouTube.

 

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*Maria Eduarda Silva é bolsista de jornalismo no projeto IPTSP Comunica e é supervisionada pela jornalista Marina Sousa.

Fonte: Comissão de Comunicação do IPTSP

Categorias: Notícias