Estudo revela novas espécies de fungos endofíticos em biomas brasileiros e homenageia a UFG e Cora Coralina
Sete novas espécies de Diaporthe foram catalogadas pelos pesquisadores
Texto e foto: Marina Sousa
Arte: Mailson Diaz
Sete novas espécies do gênero Diaporthe foram descritas por um grupo de pesquisadores liderados pelo professor Jadson Bezerra, do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP) da Universidade Federal de Goiás (UFG). O estudo foi publicado na prestigiada revista Fungal Systematics and Evolution e revela importantes avanços na compreensão da taxonomia e ecologia dos fungos endofíticos, com foco em biomas brasileiros como a Mata Atlântica, o Cerrado e a Caatinga.
Novas espécies
Entre as sete espécies descritas estão:
Diaporthe azevedoi,
D. catimbauensis,
D. coracoralinae,
D. luizorum,
D. pedratalhadensis,
D. samambaiaensise
D. vargemgrandensis;
Para a Dra. Layanne Ferro (UFPE), primeira autora do artigo, “o estudo de fungos endofíticos têm revelado uma diversidade surpreendente, com destaque para as novas espécies que apresentam um diferente panorama sobre a diversidade de fungos no Brasil, um conhecimento que ainda precisa ser explorado”.
Homenagem
O Diaporthe samambaiaensis se destaca pois ela foi nomeada em homenagem ao Campus Samambaia da UFG, como parte da celebração dos 64 anos da Instituição. O fungo foi isolado pela primeira vez de uma planta medicinal, Brosimum gaudichaudii, mais conhecida como Mama-cadela, coletada nas imediações da Escola de Agronomia da Universidade. Um display com uma amostra do fungo foi entregue a reitoria da UFG, Angelita Pereira de Lima e ao vice-reitor Jesiel Freitas Carvalho, durante a solenidade do projeto UFG Memória Relatos, que aconteceu ontem, dia 9 de dezembro no Centro Cultural UFG (CCUFG).
O professor Jadson Bezerra realizou a entrega acompanhado pelas discentes Camila Santana de Oliveira, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB/UFG), e Tatiane Mendonça da Silva, mestranda do Programa de Pós-graduação em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (PPGBRPH) no IPTSP/UFG. As pesquisas conduzidas pelo docente e sua equipe têm como foco o estudo de fungos do cerrado, resultando na descoberta de novas espécies. O professor adiantou que, em breve, serão publicadas mais descobertas, e algumas dessas espécies devem homenagear pesquisadores da universidade.
Diversidade nos biomas brasileiros
Os pesquisadores analisaram 180 isolados de Diaporthe, provenientes de diferentes plantas hospedeiras, como Miconia sp., Anacardium occidentale (cajueiro) e Brosimum gaudichaudii (mama-cadela). As amostras foram coletadas em três biomas:
- Mata Atlântica: Reconhecida como um hotspot global de biodiversidade.
- Cerrado: Uma savana tropical com uma das maiores biodiversidades do planeta.
- Caatinga: Um bioma semiárido com espécies adaptadas às suas diferentes condições climáticas e de grande biodiversidade.
Principais descobertas
A pesquisa revelou aspectos essenciais sobre as espécies de Diaporthe:
- Estilos de vida diversos: As espécies podem atuar como endófitos, patógenos ou são saprófitas, alternando entre essas funções de acordo com o ambiente.
- Não seletividade de hospedeiros: As espécies foram encontradas em diferentes plantas e biomas, evidenciando sua adaptabilidade.
- Importância dos endófitos: A inclusão de isolados endofíticos em análises filogenéticas ampliou o conhecimento sobre a distribuição geográfica e as relações entre as espécies do gênero.
- Estimativa da diversidade de fungos: A descoberta aumentou o número da estimativa de espécies de fungos conhecidas e novas no Brasil.
Impacto e colaborações
“O estudo não apenas amplia o conhecimento sobre a diversidade de fungos no Brasil, mas também reforça a relevância de proteger e estudar nossos biomas, que são fontes de inestimável riqueza científica e ambiental”, destacou o professor Jadson Bezerra.
Além disso, a pesquisa contou com uma ampla rede de colaboração científica, incluindo instituições como a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Beijing Forestry University (China) e Westerdijk Fungal Biodiversity Institute (Holanda).
Equipe de pesquisa:
- Coordenação: Dr. Jadson Diogo Pereira Bezerra (IPTSP/UFG)
- Dra. Cristina Maria de Souza-Motta (UFPE)
- Dra. Layanne de Oliveira Ferro (UFPE)
- Bel. Sandy dos Santos Nascimento (UFPE)
- Bel. Tatiane Mendonça da Silva (IPTSP/UFG)
- Camila Santana de Oliveira (ICB/UFG)
- Dra. Laura Mesquita Paiva (IPTSP/UFG)
- Dr. Pedro W. Crous (Westerdijk Fungal Biodiversity Institute)
- Dr. Xinlei Fan (Beijing Forestry University)
Fomento e apoiadores
A pesquisa foi financiada por CNPq, CAPES e FAPEG, com o apoio da UFG e de instituições como UFPE, Beijing Forestry University e Westerdijk Fungal Biodiversity Institute. Essa pesquisa reafirma a posição do Brasil como um dos principais países para conservação da biodiversidade e realização de pesquisas científicas, além de destacar a importância das colaborações internacionais para o avanço do conhecimento no país.
Source: Comissão de Comunicação IPTSP
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