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Vacinação de Rotina é tema de aula promovida por docente do IPTSP no Cremego

On 09/25/24 11:16 . Updated at 09/25/24 11:17 .

A Profª. Cristiana Toscano abordou o histórico e desenvolvimento tecnológico das vacinas ao longo do tempo, o papel e impacto da vacinação na saúde global e os riscos do declínio na cobertura vacinal no Brasil e no mundo

Texto: Marina Sousa

A professora Cristiana Toscano, do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP/UFG), foi convidada pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) para ministrar uma aula no curso de Puericultura promovida pelo Cremego, em parceria pela Sociedade Goiana de Pediatria, com o tema "Vacinação de rotina". Essa aula, juntamente com as outras do curso,  está disponível no canal oficial da entidade no YouTube, acessível clicando [aqui]. A sessão foi moderada pela Dra. Paula Pires, pediatra e conselheira do CREMEGO.  Durante a apresentação, a professora fez uma análise histórica sobre as origens da vacinologia, destacando que práticas de imunização já existiam antes do século XVII. Ela explicou que o termo "vacina" deriva do latim vaccinus, que significa “derivado da vaca”, relacionado à primeira vacina conhecida contra a varíola. Esta vacina foi desenvolvida pelo médico inglês Edward Jenner, após observar que pessoas que ordenhavam vacas eram protegidas contra a doença por ter tido exposição prévia à varíola bovina.

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Abordagem histórica sobre o Programa Global de Imunizações que completou 50 anos em 2024, e os impactos globais da vacinação neste período, contemplando crianças, adolescentes, adultos, idosos, gestantes e populações vulneráveis.(Print da autora) 

 

Foi citada uma publicação da revista Nature, de novembro de 2020, que celebra marcos históricos no desenvolvimento de vacinas, disponível para acesso [aqui]. O artigo destaca marcos e datas importantes na evolução da vacinologia e desenvolvimento de tecnologias, como o primeiro uso da vacina BCG, que previne formas graves de tuberculose, e o desenvolvimento da vacina contra a febre amarela, entre outros avanços. "Se analisarmos essa cronologia, vemos um enorme progresso tanto em termos de tecnologia e produtos quanto em programas de vacinação", ressalta a professora. Ela também destacou que o primeiro calendário vacinal publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1961 incluía uma dose da vacina BCG para neonatos, a vacina DTP (contra difteria, tétano e coqueluche) e a vacina contra varíola para crianças. Em 1974 a OMS instituiu o Programa Ampliado de Imunização, um marco crucial na história da saúde pública, estabelecendo diretrizes e políticas globais de vacinação, abrangendo programas, produtos e estratégias para promover e ampliar a imunização da população. Vale ressaltar que o Programa Nacional de Imunização (PNI) no Brasil foi estabelecido em 1972, antecedendo a estruturação do programa global, reforçando o histórico e exemplo do país na área. 

Foram apresentados estudos econômicos que indicam que a vacinação está entre as intervenções de saúde com maior retorno sobre o investimento. De acordo com estudo desenvolvido pela Universidade de Chicago em 2009, “para cada dólar investido em vacinação, o retorno estimado varia entre 20 a 50 dólares, considerando fatores como a perda de produtividade, morbidade, mortalidade precoce, redução da força de trabalho, diminuição da expectativa de vida, entre outros impactos da vacinação". Os impactos  da vacinação na erradicação e eliminação de doenças, como a erradicação da varíola em 1980, o progresso rumo à erradicação da poliomielite, e a eliminação regional do sarampo, entre outros, também foram discutidos. O processo de erradicação de doenças é sempre articulado de forma global, com estratégias padronizadas de vigilância, vacinação e monitoramento. A professora Cristiana Toscano destacou que o continente americano tem sido historicamente pioneiro na eliminação regional de doenças como poliomielite, sarampo e rubéola. Esse sucesso se deve à sólida estrutura de vacinação, ao amplo acesso e à eficiente logística, além do contínuo desenvolvimento dos profissionais de saúde. A aceitação da população também foi, historicamente, um fator crucial para esse avanço.

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Vídeo da aula da professora está disponível no canal do Cremego no Youtube e pode ser acessado gratuitamente. Confira. (Print da autora)

 

Se você deseja se aprofundar nesse importante tema, não deixe de acessar o canal do Cremego para assistir à aula completa. Nela, a professora Cristiana Toscano ainda aborda, entre outros pontos, as tendências de queda nas coberturas vacinais no Brasil e no mundo na última década, que são preocupantes e alertam para o possível retorno de doenças anteriormente controladas ou eliminadas. Ela também discute a situação do Brasil e como o país se compara com outras nações em relação ao número de crianças não vacinadas ou sub-vacinadas e o que isso significa em termos de riscos e casos e mortes que poderiam ser evitadas pelas vacinas. 

Você sabe o que é  Puericultura?

Você sabe o que é Puericultura? O termo surgiu em 1762 e foi consolidado em 1865 pelo médico francês Alfred Caron, definindo um conjunto de ações voltadas à manutenção da saúde, prevenção de doenças e acompanhamento do desenvolvimento infantil. Desde então, políticas públicas voltadas para o cuidado infantil e a assistência materno-infantil ganharam destaque, como a criação do primeiro curso de especialização em pediatria no Rio de Janeiro, em 1882, pelo médico Carlos Arthur Moncorvo de Figueiredo Filho. A puericultura é essencial para o acompanhamento das crianças desde o nascimento até os dois anos de idade, abrangendo desde cuidados básicos, como a higienização, até o cumprimento do calendário de vacinação. Esse processo, inclusive, começa ainda na gravidez, com a aplicação de imunizantes na mãe para fortalecer o sistema imunológico dela e do bebê. O tema é parte do curso promovido pelo Conselho Regional de Medicina de Goiás, que conta com dez aulas ministradas por diversos profissionais de saúde, disponíveis no canal da instituição. Não deixe de conferir!

Source: Comissão de Comunicação IPTSP

Categories: Notícias