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Pesquisa entre UFG e Univasf utiliza fungos de cavernas do Cerrado para beneficiar viticultura no Vale do São Francisco

On 08/05/24 15:41 . Updated at 08/05/24 15:42 .

Estudo busca reduzir o impacto das doenças na produção de uvas, utilizando controle biológico com fungos do Cerrado goiano

Texto: Marina Sousa

O Laboratório de Microbiologia do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em parceria com o Laboratório de Micologia (LabMicol) do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP/UFG), está conduzindo uma pesquisa utilizando fungos de cavernas do Cerrado goiano, como por exemplo, fungos obtidos da caverna Lapa do Boqueirão, localizado no município de Vila Propício (GO). O objetivo é auxiliar os produtores de uva do Vale do Rio São Francisco, uma das principais regiões vitivinícolas do Brasil situada no semiárido pernambucano, a reduzir doenças causadas pelo fungo Lasiodiplodia theobromae, que provoca significativas perdas na safra e aumento no uso de agrotóxicos.

 Amostragem de fungos do ar em caverna do Cerrado goiano. Foto: LabMicol/Jadson Bezerra

 Amostragem de fungos do ar em caverna do Cerrado goiano. Foto: LabMicol/Jadson Bezerra

A pesquisa é desenvolvida pelos discentes de iniciação científica da Univasf, Daniel Farias Silva e Kaio Guimarães Bernardo, com orientação da professora Virgínia Michelle Svedese. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o fungo Lasiodiplodia theobromae tem a capacidade de infectar frutos colocando-o dentre os mais eficientes patógenos disseminados por meio de sementes e causadores de doenças pós-colheita, e isso causa um desequilíbrio muito grande no ecossistema por conta do uso de defensivos agrícolas para eliminação da doença na safra.

Legenda: Fungo patogênico Lasiodiplodia theobromae (Foto: Virginia Svedese e equipe Univasf)

Legenda: Fungo patogênico Lasiodiplodia theobromae (Foto: Virginia Svedese e equipe Univasf)

 

O professor do LabMicol/IPTSP, Jadson Bezerra, conta que a parceria se deu por meio de um projeto desenvolvido por estudantes de graduação e pós-graduação do Instituto que estão isolando fungos de cavernas do Cerrado. Este projeto, conduzido pelo professor é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG), CAPES, CNPq e apoiado pelo Termo de Compromisso de Compensação Espeleológica (TCCE) [celebrado entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Vale S.A.]. Para a pesquisa com a Univasf, foram obtidos outros fungos de diferentes gêneros, incluindo Penicillium e Aspergillus, porém o mais utilizado foi Trichoderma que possui espécies com grande potencial para o biocontrole e aplicação biotecnológica. 

Teste de antagonismo de fungos (Trichoderma) de caverna do Cerrado contra Lasiodiplodia

Teste de antagonismo de fungos (Trichoderma) de caverna do Cerrado contra Lasiodiplodia. A linha pontilhada em azul mostra as duas espécies em contato. As fotos da esquerda para a direita mostram quanto o fungo Trichoderma inibiu o crescimento do patógeno Lasiodiplodia (Foto: Virginia Svedese e equipe Univasf).

 

A equipe da Univasf tem cultivado esses fungos para verificar qual possui o potencial para eliminar o patógeno que afeta as lavouras de uva. A professora Virgínia Michelle Svedese do Departamento de Ciências Biológicas da Unifasv explica que o fungo utilizado para o controle biológico é muito benéfico para o meio ambiente do que o uso de agrotóxicos. “Vamos utilizar o que já temos na natureza, que nada mais é o fungo chamado de antagonista que vai controlar e competir por espaço contra o outro fungo fitopatogênico, que neste caso é a espécie Lasiodiplodia theobromae, maléfico para a safra”, elucida a pesquisadora. 

Da esquerda para a direita, os pesquisadores Kaio Guimarães Bernardo, Daniel Farias Silva e a professora da Unifasv, Virgínia Michelle Svedese. (Foto:print do autor)

Da esquerda para a direita, os pesquisadores Kaio Guimarães Bernardo, Daniel Farias Silva e a professora da Unifasv, Virgínia Michelle Svedese. (Foto:print do autor)

 

Saiba mais sobre esta cooperação Aqui.

 

Source: Comissão de Comunicação IPTSP

Categories: Notícias Laboratório de Micologia (LabMicol/IPTSP)