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Startups de Biotecnologia de discentes e egressos do IPTSP/UFG se destacam no Demo Day de NIIS do Hub Goiás

Em 17/07/24 15:12. Atualizada em 17/07/24 17:37.

Nanoterra, E-Co Tech e Terra Viva apresentam soluções inovadoras, destacando-se no cenário socioambiental goiano

Texto e arte: Letícia Lourencetti

 

As startups Nanoterra, E-Co Tech e Terra Viva estiveram presentes no Centro de Excelência em Empreendedorismo Inovador (CEEI/HUB-Goiás), no dia 3 de julho de 2024, para apresentação de seus negócios no Demo Day do programa Negócios Inovadores de Impacto Socioambiental (NIIS). As empresas idealizadas por discentes e egressos do curso de Biotecnologia do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás (IPTSP/UFG) foram selecionadas para participar do processo de aceleração e premiação do NIIS em Goiás. Com o edital lançado ainda no fim de 2023, o evento foi promovido pelo HUB Goiás e pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de Goiás (SECTI/GO).

Com cerca de 100 inscrições, a seleção de 20 empresas se deu de acordo com critérios de abrangência regional, de conhecimento quanto ao público-alvo, impactos e potencial inovador proposto pelo negócio. O edital considerou também a relação das ideias apresentadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da ONU, que pautam o propósito da ação.

Os empreendimentos participantes passaram por um diagnóstico de maturidade e posteriormente foram divididos em duas trilhas de aceleração: Ideação e Tração. A Trilha Ideação foi composta por projetos que ainda estão em fase de geração de ideias, identificação de oportunidades e formulação do conceito inicial do produto ou serviço. Já a Trilha Tração foi composta por empresas formalizadas e que já apresentam o seu modelo de negócio validado no mercado. Posteriormente, os projetos passaram por um processo de aceleração de quatro meses, de acordo com a sua Trilha, com mentorias coletivas e individuais sobre teoria da mudança, metas e objetivos de impacto, cadeia de valor, pesquisa de mercado, validação de solução, tipos de certificações, dentre outros assuntos relacionados.

O Demo Day foi a última fase do programa. O evento final funcionou com apresentações curtas feitas pelos representantes dos empreendimentos, que mostraram suas soluções e impactos socioambientais a uma banca de jurados da área, para toda a comunidade e demais atores do ecossistema. Na ocasião, aconteceu a graduação dos projetos e a premiação das startups com maior pontuação final em cada trilha.


Empreendedorismo e sustentabilidade

A tendência denominada “Negócios de Impacto” é observada em crescente dentro do mercado. Os empreendimentos que operam de acordo com este modelo se caracterizam por conciliar a busca por retorno financeiro e o desenvolvimento de soluções para problemáticas socioambientais. Para tanto, as ações da empresa, seus produtos, abordagem e público devem possibilitar o alcance de valores como a regeneração, a restauração e a renovação dos recursos naturais, bem como a promoção de um sistema econômico inclusivo, equitativo e regenerativo.

Para Iara Mendes, egressa de Biotecnologia do IPTSP e fundadora da Nanoterra, eventos de aceleração como o promovido pelo Hub Goiás e SECTI são essenciais para definir um caminho sustentável para o empreendedorismo goiano. “O mundo caminha para uma nova economia regenerativa, equitativa e inclusiva, pois é assim que garantimos o nosso futuro. Negócios que partem desse princípio são mais resilientes e chegarão muito mais longe”, afirma a também atual vencedora do prêmio Mulheres Inovadoras da Finep, região Centro-Oeste.

A biotecnologia no mercado

Fundada em 2022 pela biotecnologista Iara Mendes e Joaquim Araújo, a Nanoterra é uma startup com o propósito de preservar a biodiversidade brasileira por meio de tecnologias regenerativas. Para isso, a Nanoterra desenvolve nanoativos veganos e sustentáveis para serem introduzidos na indústria de consumo. Durante sua participação no NIIS, a empresa pôde comemorar mais uma conquista: o selo de Empresa B Pendente. O Sistema B é a principal certificação com o objetivo de reunir empresas comprometidas com a solução de problemas ambientais e sociais de todo o mundo. “O selo pendente é um indicativo de que estamos caminhando para a obtenção da certificação e que já assumimos um compromisso jurídico não somente com os nossos acionistas, mas também com todos os nossos stakeholders”, explica Iara.

Além da certificação B, a jornada no NIIS também possibilitou que a equipe da Nanoterra comemorasse a conquista do segundo lugar entre as empresas da Trilha Tração, com prêmio que pode variar entre 15 e 45 mil reais. O anúncio aconteceu no Demo Day, no começo de julho.

A E-co Tech também foi premiada durante o Demo Day: primeiro lugar na Trilha Ideação, com prêmio variando de 15 a 25 mil reais. A startup foi fundada em 2020 por Arthur Alves Coelho, graduando em Biotecnologia, e Eduarda Pereira Soares Dias, egressa do Curso de Biotecnologia (IPTSP/UFG). Atualmente, a E-co Tech opera no desenvolvimento e produção de identificadores de contaminantes em diferentes amostras (como água e leite). Seu primeiro produto é o biossensor AcquaID que, sendo um teste rápido do tipo Point-Of-Care (POCT), aponta a existência de contaminantes em um intervalo menor que cinco minutos. “A nossa missão é democratizar o acesso a informações que antevêem doenças, contaminações ambientais e prejuízos econômicos, revolucionando o mercado de controle de qualidade”, aponta Arthur.

A Terra Viva também foi outra ganhadora no evento ocorrido no último dia 3. A startup conseguiu o terceiro lugar na Trilha Ideação com prêmio variando entre 5 e 10 mil reais. A empresa idealizada por estudantes da Biotecnologia do IPTSP atua na produção de bioinsumos que aumentem a produtividade no agronegócio, melhorando a saúde das plantas e diminuindo a aplicação de químicos na lavoura. "A missão da Terra Viva é ajudar a transformar o agro goiano e brasileiro, cada vez mais, em uma atividade sustentável e que não diminua a lucratividade, pelo contrário, que aumente a lucratividade para o produtor", explica Hector Malta, sócio-fundador do empreendimento.

Para o professor José Clecildo Bezerra, integrante do Departamento de Biociências e Tecnologia (DEBIOTEC/IPTSP), subárea: Parasitologia, a participação dos egressos e discentes no projeto desenvolvido pelo Hub Goiás enfatiza a importância do fortalecimento da educação empreendedora. Segundo ele, a presença de elementos e iniciativas voltadas ao empreendedorismo nas universidades, dentro das carreiras e na formação continuada de profissionais possibilitam links entre sustentabilidade e inovação. “Esses estudantes tiveram uma formação por vários caminhos de educação empreendedora e, agora como empresários, eles têm começado a colher os frutos. Dessa forma, eles conseguem receber recursos tanto financeiros quanto intangíveis, como a criação de vínculos, parcerias e obtenção de contatos. Tudo isso faz parte da formação e consolidação das empresas em modelos de negócios interessantes na área de biotecnologia”, conclui o docente.

Além de disciplinas de parasitologia, José Clecildo ministra as cadeiras “Ciência, Tecnologia e os Caminhos para a Sustentabilidade”; “Inovação, Empreendedorismo e Oportunidades” e “Gestão e Empreendedorismo em Biotecnologia”.

 

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Os empresários estiveram presentes no Demo Day do Hub Goiás, ocasião em que suas empresas se graduaram no processo de aceleração do NIIS (Foto: Arquivo pessoal/Hub Goiás)

 

*Letícia Lourencetti é bolsista de jornalismo no projeto IPTSP Comunica e é supervisionada pela jornalista Marina Sousa.

Fonte: Comissão de Comunicação do IPTSP

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