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Pioneirismo na ciência: Conheça a Rede Goiana de Pesquisa em Tuberculose

Em 22/03/24 16:56. Atualizada em 22/03/24 19:28.

O órgão foi fundado em 2006 e fez parte da formação de dezenas de pesquisadores

Texto: Letícia Lourencetti

A Tuberculose (TB) é uma doença infecciosa transmitida por bactéria, a Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como Bacilo de Koch. Apesar de possuir tratamento e vacina para prevenção de casos graves historicamente oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o Brasil apresentou, no ano de 2022, 36,3 casos a cada 100 mil habitantes, com indícios de subnotificação da doença. A fim de mudar essa realidade, a Rede Goiana de Pesquisa em Tuberculose do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (RGPTB/IPTSP) concentra seus estudos na busca por biomarcadores que possam ser utilizados no desenvolvimento de novos kits de diagnóstico ou de novas vacinas para a tuberculose, tanto humana quanto animal. Recentemente, a professora Ana Paula Kipnis (DEBIOTEC/IPTSP), coordenadora da Rede, esteve presente em eventos importantíssimos para discutir o combate à TB no mundo e no Brasil, realizados pelo BRICS e pelo Governo Federal.

A Rede

Tendo o ano de 2006 como data de sua fundação, a RGPTB é coordenada pela professora Ana Paula Kipnis e conta com a participação de inúmeros pesquisadores-docentes, técnicos, mestrandos, estagiários e discentes. Apesar de ter a Tuberculose como principal objeto de estudo, a Rede Goiana trabalha também com micobacterioses e bactérias multidrogas resistentes.

Graças à participação da professora Ana Kipnis, em dezembro de 2023, a RGPTB esteve presente na Reunião da Cúpula de Inovação da Rede de Pesquisa da TB do BRICS, que aconteceu em Durban, na África do Sul. O evento contou com a participação de delegados (ministros de saúde, secretários de saúde, pesquisadores e demais agentes ligados ao controle da Tuberculose) representando o Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Os grupos compartilharam experiências, acertaram parcerias e definiram metas para extinguir o contágio pela doença, uma vez que esses países são responsáveis por 70% dos casos de TB em todo o mundo. “Foi uma experiência incrível! Fomos convidados a apresentar as vacinas contra tuberculose desenvolvidas pela RGPTB. É claro que ficamos muito felizes por representar os pesquisadores brasileiros nesse summit” comenta a professora Ana Paula Kipnis.

 

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Professora Ana Paula Kipnis, imunologista e especialista em Tuberculose (Foto: Ana Paula Kipnis/Acervo pessoal)

 

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O comitê brasileiro contou com diversas personalidades ligadas ao combate à TB no Brasil (Foto: Ana Paula Kipnis/Acervo pessoal)

 

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Representantes dos países componentes do bloco BRICS se reuniram na cidade de Durban, na costa sul-africana (Foto: Ana Paula Kipnis/Acervo pessoal)

 

Já em fevereiro de 2024, a professora esteve presente no lançamento do “Programa Brasil Saudável: unir para cuidar”, que é um desdobramento das ações do Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e de Outras Doenças Determinadas Socialmente (CIEDDS). Para Kipnis, o Programa é importante para reconhecer a redução da pobreza e de desigualdades sociais como ação essencial para a eliminação da Tuberculose no Brasil. “Dentre as doenças infecciosas dispara na frente a Tuberculose. A melhora nas condições sanitárias e de segurança alimentar, associadas à união de todas as áreas científicas e comunitárias para resgatar as pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social garantem a saúde e uma vida digna para todos os brasileiros”. Complementa a pesquisadora: “Eu tenho muita esperança de que várias pessoas serão beneficiadas e espero que, assim, as pessoas confiem nas vacinas e nos tratamentos oferecidos pelo SUS”.

A Tuberculose é uma doença comumente associada à vulnerabilidade social por baixa renda, criando, assim, um estigma para as pessoas diagnosticadas. O que acontece, no entanto, é o aumento comprovado da mortalidade em indivíduos com menor poderio financeiro. Fatores como más condições sanitárias, alimentação pobre em nutrientes, dificuldade de acesso a programas de saúde, diagnóstico tardio e falta de tratamento adequado, promovem um agravo no quadro de pacientes infectados. É válido ressaltar que a Tuberculose pode ser contraída independentemente de idade, gênero e condição social.

Comemorado no dia 24 de março, o Dia Mundial de Combate à Tuberculose acontece sob o tema “Sim, nós podemos acabar com a Tuberculose”, em 2024. Definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a temática busca trazer uma perspectiva esperançosa de que, havendo maior investimento público e melhor organização de lideranças em saúde, a Tuberculose possa acompanhar a agenda dos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável da Organização Mundial da Saúde (ODSs/ONU), sendo erradicada até 2030.

 

*Letícia Lourencetti é bolsista de jornalismo no projeto IPTSP Comunica e é supervisionada pela jornalista Marina Sousa.

Fonte: Comissão de Comunicação do IPTSP

Categorias: Notícias Rede Goiana de Pesquisa em Tuberculose do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (RGPTB/IPTSP)