
Talentos do Laboratório de Patologia de Invertebrados do IPTSP são Destaque no 17º Siconbiol
Evento é promovido pela Sociedade Entomológica do Brasil e é considerado o principal evento na área de controle biológico
Texto: Marina Sousa
Fotos: LPI
Discentes e docentes do Laboratório de Patologia de Invertebrados (LPI) do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP) marcaram presença no 17º Simpósio de Controle Biológico (Siconbiol), realizado entre os dias 23 e 27 de julho, em Juazeiro (BA) e Petrolina (PE). O evento, promovido pela Sociedade Entomológica do Brasil (SEB), reuniu docentes em mesas-redondas, reconheceu conquistas de estudantes do instituto e se dedicou a estimular diversas vertentes do controle biológico. Desde o uso de bactérias, fungos, vírus e parasitóides até diálogos entre profissionais, estudantes e pesquisadores engajados na luta contra pragas e doenças, tanto no Brasil quanto em âmbito global.

Siconbiol
O egresso do curso de Biotecnologia e atual mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal (PPGCA/EVZ), Artur de Oliveira Franco, conquistou o primeiro lugar no Concurso de Estudantes da Siconbiol na categoria de microrganismos, destinada a nível pós-graduação. O título do trabalho é: Fator de transcrição CreA de Beauveria bassiana (Bals.-Criv.) Vuillemin no processo de infecção em Rhipicephalus microplus (Canestrini) e Tenebrio molitor (Linnaeus). Artur de Oliveira Franco conta que o objetivo do estudo é avaliar se o fator de transcrição CreA, também encontrado em outras espécies de fungos filamentosos, e se estaria relacionado com a virulência do fungo entomopatogênico Beauveria bassiana contra duas espécies de hospedeiros artrópodes: O carrapato dos bovinos Rhipicephalus microplus e larvas do besouro Tenebrio molitor. Para a realização do trabalho foram utilizadas cepas mutantes do fungo B. bassiana, cedidas pelo professor Nemat O. Keyhani da Universidade da Flórida. O prêmio concedido ao estudante consiste em uma viagem à Holanda, onde terá a oportunidade de visitar a renomada sede da empresa Koppert, reconhecida internacionalmente no campo do controle biológico. O coordenador do LPI e docente do IPTSP, Éverton Kort Kamp Fernandes é o orientador de Artur de Oliveira Franco, neste trabalho.
Mais um destaque do Concurso de Estudantes do Siconbiol, destinado à categoria de microrganismos no nível de pós-graduação, foi o trabalho reconhecido do doutorando do Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical e Saúde Pública (PPGMTSP/IPTSP), Juan Gabriel Mercado Martinez. O título da pesquisa desenvolvida por ele é "Persistência de propágulos de Metarhizium humberi formulados em grânulos após aplicação em condições de campo e semi-campo para o controle de Aedes aegypti". Esse trabalho, que conquistou o segundo lugar na categoria de apresentação oral, é orientado pelo docente do IPTSP, Wolf Christian Luz, do Laboratório de Patologia de Invertebrados (LPI).

O trabalho de Juan Gabriel faz parte de sua pesquisa de doutorado, que busca ferramentas para o controle do mosquito Aedes aegypti, transmissor de diversas viroses. Ele explica que é utilizado um fungo entomopatogênico denominado Metarhizium humberi, que pode eliminar insetos, especificamente o mosquito Aedes aegypti em sua fase adulta. “Selecionamos propágulos desse fungo, incluindo conídios e microescleródios, para desenvolver uma formulação granulada. Esta formulação é inserida em um dispositivo projetado para simular ambientes de criação de mosquitos, atraindo-os para dentro. Quando os mosquitos entram no dispositivo, são expostos aos conídios do fungo, o que resulta na contaminação dos insetos. Após a infecção, os mosquitos adoecem e eventualmente morrem. Nosso estudo teve como foco principal determinar o período de viabilidade do fungo dentro do dispositivo, especialmente em diferentes condições climáticas durante as estações seca e chuvosa”. Juan Gabriel ainda complementa que Investigar a sobrevivência do fungo nessas condições permitiu compreender como fatores abióticos, como umidade e temperatura, afetam o microorganismo. “ É através desse conhecimento, que buscamos garantir um controle eficaz e contínuo dos mosquitos, contribuindo assim para o controle da proliferação do Aedes aegypti." relata. O estudante finaliza dizendo que alcançar o segundo lugar nesse prestigioso encontro, é algo muito significativo em sua jornada acadêmica e pessoal.
Experiência
O coordenador do LPI, Éverton Kort Kamp Fernandes relata que comparecer ao simpósio foi uma ótima experiência. “O Siconbiol é um evento que tem crescido muito, em consonância com o registro e o mercado de produtos biológicos no Brasil. Nesta última edição houve um recorde de número de participantes. Oito alunos de pós-graduação do nosso laboratório (LPI) participaram do evento com apresentação de trabalhos na modalidade oral e pôster, e isso é excelente”, afirma.

Outro docente que participou do Siconbiol foi Caio Marcio de Oliveira Monteiro, como moderador, coordenando a mesa-redonda intitulada: Controle biológico de parasitos de importância médico veterinária. Nessa mesma redonda ele também proferiu a palestra intitulada: Pesquisas com nematóides entomopatogênicos para controle de carrapatos, onde foram apresentados os dados das pesquisas realizadas na UFG, avaliando o potencial desses nematoides para o controle do carrapato dos bovinos, com resultados em condições de laboratório e campo. Nessa mesma mesa redonda, o professor Éverton Kort Kamp Fernandes também participou como palestrante, ministrando a palestra: Pesquisas com fungos entomopatogênicos para controle de carrapatos.
É válido ressaltar que o professor Caio Márcio de Oliveira Monteiro compartilhou sua observação sobre a edição do Simpósio, destacando que esta edição alcançou números recordes de participantes e teve uma notável presença de empresas do setor. Esse cenário evidencia o notável crescimento da área de controle biológico, particularmente no contexto brasileiro, um país com uma forte vocação agrícola. Ele acrescenta que o ambiente do evento proporcionou uma valiosa plataforma para estabelecer colaborações, parcerias e criar redes de contatos entre pesquisadores, estudantes e representantes das empresas atuantes na área.
Fonte: Comissão de Comunicação IPTSP
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