
Seminário Estadual sobre Tuberculose mobiliza estudantes e profissionais de saúde em Goiás
Debate destaca desafios no controle da Tuberculose em populações vulneráveis
Texto e fotos: Marina Sousa
No final do mês de março, o Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP) recebeu o Seminário Estadual sobre Tuberculose, promovido pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) por meio da Superintendência de Vigilância em Saúde Vigilância Epidemiológica das Doenças Transmissíveis- Coordenação de Doenças Negligenciadas. O encontro reuniu profissionais e estudantes da área da saúde que atuam no atendimento às populações vulneráveis em vários municípios do Estado, haja vista que o tema do seminário foi “Tuberculose e as Populações Vulneráveis”.

Cerca de 150 pessoas participaram do evento, que lotou o auditório do Instituto e contou com as presenças da vice-diretora do IPTSP, Megmar Aparecida dos Santos Carneiro, o médico e docente do IPTSP, João Alves Filho, das superintendentes da SES-GO Flúvia Amorim (Vigilância em Saúde) e Paula dos Santos Pereira (Políticas e Atenção Integral à Saúde); do coordenador do Programa Estadual de Tuberculose, Emílio Miranda que abordaram sobre pacientes que possuem condições de vida precárias, como as pessoas que vivem em situação de rua, em abrigos, em prisões e em comunidades empobrecidas. E por conta disso, essas populações estão mais expostas a fatores de risco para a doença, como a desnutrição, o alcoolismo, o uso de drogas, a coinfecção com o HIV e a falta de acesso a serviços de saúde.
Em seu pronunciamento, a vice-diretora do IPTSP, Megmar Aparecida dos Santos Carneiro relatou que o instituto estará sempre de portas abertas para sediar eventos como esse, que trata de assuntos tão sensíveis e de grande impacto para a saúde pública. Ela complementa que discutir o assunto é muito importante, pois a Tuberculose (TB) também pode afetar outras populações vulneráveis, como os migrantes e refugiados, que muitas vezes vivem em condições precárias e não têm acesso aos serviços de saúde, e os trabalhadores da área de saúde, que estão mais expostos ao risco de infecção.
A superintendente da SES-GO, Flúvia Amorim enfatizou que a Tuberculose passa por um processo de banalização e esquecimento por parte da população em geral, com o registro de um grande número de casos todos os anos. Essa questão preocupante vai na contramão do fato de a doença ser facilmente diagnosticada e ter o tratamento acessível e totalmente gratuito. "É fundamental também investir em pesquisas e novas tecnologias para o diagnóstico e tratamento da tuberculose", finaliza.

O coordenador do Programa Estadual de Tuberculose, Emílio Miranda, apresentou aos participantes os acentuados números da doença em Goiás. Em 2020, foram registrados 963 casos novos. Em 2021, saltaram para 1.019 e, no ano passado, para 1.078 casos novos. Apesar desse avanço, Goiás ainda concentra os menores coeficientes de incidência da doença entre os demais Estados do País.
Foi discutindo ainda sobre os impactos da pandemia de Covid-19 em todas as ações de enfrentamento da Tuberculose, sobre as importantes ações desenvolvidas pelos profissionais de saúde que trabalham com o acolhimento da população em situação de rua e de quanto é importante investir em políticas de saúde pública, pois a falta de acesso a tratamentos adequados são fatores que contribuem para a alta incidência da doença.

Com informações da SES-GO
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Source: Comissão de Comunicação IPTSP
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