Estudantes da Biotecnologia do IPTSP foram finalistas na Brazil Conference 2022

Texto: Marina Sousa

Fotos: Arquivo E-co Tech

O desenvolvimento de tecnologias rápidas para o controle de qualidade microbiológica na água foi o tema da apresentação dos  três discentes do curso de Biotecnologia do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP/UFG), Eduarda Pereira Soares Dias, Paula Correa Neddermeyer e Arthur Alves Coelho,  no programa de startup da Brazil Conference 2022 - Hack Brazil. Os estudantes criadores da E-co Tech, startup em pré-incubação no Centro de Empreendedorismo e Incubação da Universidade Federal de Goiás (CEI/UFG), integraram uma das  cinco equipes finalistas da iniciativa. O evento aconteceu no início do mês de abril, na cidade de Boston, Massachussetts, nos Estados Unidos.

Anualmente, a Brazil Conference 2022 reúne as maiores personalidades e lideranças de diversos campos do conhecimento e áreas de atuação para discutirem questões importantes sobre o Brasil por meio de ideias inovadoras e empreendedoras. Segundo  a diretora do IPTSP, Flávia Aparecida de Oliveira, a participação dos alunos em um encontro como esse é muito enriquecedor. “Para o Instituto é motivo de orgulho e um dos eixos de excelência da UFG é a produção científica de alto impacto e relevância social, e para nós ver essa aplicação dos nossos estudantes da Biotecnologia sendo apresentada em uma conferência internacional só consolida o trabalho de todos aqui no IPTSP”, relata a diretora.

Os estudantes que também são integrantes da Empresa Júnior de Biotecnologia – By Technology Júnior (BYTE) do IPTSP estão desenvolvendo um biossensor de baixo custo e fácil utilização capaz de identificar a presença da bactéria indicadora de coliformes fecais (Escherichia coli) em amostras de água. Eduarda Pereira Soares Dias, co-fundadora da E-co Tech, explica que o teste rápido possibilita o tratamento da água de forma mais adequada e, consequentemente, contribui com a diminuição das ocorrências de intoxicação alimentar e doenças de transmissão hídrica e alimentar (DTHAs) que afetam milhares de brasileiros todos os anos.

O teste desenvolvido pela E-co Tech é uma fita de papel que deve ser mergulhada na amostra de água a ser analisada. Após isso, ela interage com as substâncias da bactéria indicadora de contaminação e muda de cor se a água estiver comprometida. Dessa forma, é possível saber se a amostra é ou não de água potável. A expectativa da equipe da E-co Tech é que ainda neste ano consigam lançar o Minimum Viable Product (MVP, ou Produto Mínimo Viável em português), que significa construir a versão mais simples e enxuta de um produto, empregando o mínimo possível de recursos para entregar a principal proposta de valor da ideia. 

Atuação

A participação da E-co Tech na Hack Brazil, foi um divisor de águas para a equipe. Para o estudante e co-fundador, Arthur Alves Coelho foi uma conjunção única de desenvolvimento e amadurecimento na carreira profissional e pessoal. “Ter tido a oportunidade de conhecer e trocar experiências com as principais lideranças do país e se conectar com um  ecossistema plural de empreendedorismo e inovação abriu nossas mentes para como nós podemos e devemos promover impacto no Brasil e na sociedade nos próximos anos”. De acordo com a estudante e também co-fundadora  da E-co Tech, Paula Correa Neddermeyer, o evento mostrou o  potencial do Brasil de trazer soluções para problemas vivenciados no país, além de discutir e propor mudanças em pautas relevantes. Eduarda Pereira Soares Dias complementa que a Brazil Conference foi um evento bastante intenso, em que eles se conectaram com diferentes pessoas e instituições de impacto no Brasil e no mundo. “Acredito que o que tiramos de mais valioso do evento foi o networking aliado à maior exposição da E-co Tech aos players do ecossistema da inovação e empreendedorismo. Além do evento, conhecemos os campus de Harvard e do MIT (Massachusetts Institute of Technology), uma experiência plus do evento que foi extremamente enriquecedora”, finalizou a estudante.

Parcerias da E-co Tech

Além do Centro de  Empreendedorismo e Incubação (CEI) da UFG, sob direção do Professor José Clecildo, que proporciona espaço para desenvolvimento de habilidades de gestão, os alunos contam com a  parceria do Laboratório de Espectroanalítica, Eletroanalítica e Sensores (LEES) do Instituto de Química (IQ/UFG), onde são orientados pela professora e coordenadora do laboratório,  Lívia Flório e pelo doutorando do IQ, Pedro Valadares, com quem realizam a pesquisa e desenvolvimento do biossensor. A E-co Tech foi criada em outubro de 2020, ano em que a ideia foi inscrita na  7ª Olimpíada de Empreendedorismo da UFG, alcançando assim,  o segundo lugar na competição na categoria Negócio de Impacto, já suas atividades como empresa se iniciaram em janeiro de 2021.

Os estudantes mencionam que o IPTSP tem sido casa de vários projetos científicos em desenvolvimento na Biotecnologia, possuindo grande potencial de inovação e impacto no mercado. Tanto o curso de Biotecnologia, quanto o quadro de pesquisadores do Instituto contribui para o surgimento e desenvolvimento de tecnologias que impactam a sociedade e a saúde da população. A estrutura dos laboratórios e do CMBiotecs recém inaugurado também possuem papel essencial no desenvolvimento das pesquisas e projetos científicos.

Com informações da Secom/UFG